A Presidente da Câmara Municipal, vereadora Queli Cassia Couto, solicitou que os colegas que votaram contra o projeto de reajuste dos subsídios no legislativo, assinem um documento se comprometendo a efetuar a devolução dos valores recebidos a maior em seus vencimentos. Quelli diz que este já é o segundo requerimento nesse sentido e, até o momento, nenhum dos vereadores aceitou devolver. Somente o vereador Fortunato do Couto (Natinho) é que tem feito a devolução da diferença decorrente dos aumentos aplicados aos salários. “O vereador Natinho já vem fazendo essa devolução desde 2013”, comentou a presidente da Câmara.
Os salários dos vereadores foram corrigidos pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, fazendo com que o valor pago a cada um dos edis subisse de R$ 3.785,83 para R$ 4.189,78, uma diferença aproximada de R$ 404,00, que a presidente quer que seja devolvida por quem não concordou com o aumento. O projeto de lei CM 01/2016, que reajustou os salários de prefeito, vice, secretários municipais e vereadores, foi aprovado no dia 25 de janeiro por 4 x 3. O projeto foi vetado pelo prefeito e o veto derrubado pelos vereadores. Três vereadores votaram contra o projeto: Di Gianni Nunes, Adriano Moraes e Adriano Moreira. Na apreciação do veto, o vereador Natinho se juntou aos três para impedir o aumento. Nossa reportagem conversou com dois dos edis que votaram contra a correção.
O vereador Adriano Moreira, que não assinou o requerimento da vereadora Queli , disse que votou contra o projeto de aumento dos subsídios dos vereadores porque a economia alcançaria setenta cargos entre vereança e secretarias, entre outros. Segundo ele, o voto contrário representaria uma diminuição de quase meio milhão de reais por ano, “que poderiam ser enviados para a saúde, educação e outras obras”, afirma. No entanto, o vereador disse que não devolve o a diferença do aumento em seu subsídio, porque está sempre auxiliando a comunidade com valores financeiros do seu próprio bolso, explicou.
Di Gianni Nunes, outro vereador da casa que também votou contrário ao projeto de reajuste, disse que realizou vários projetos com valores financeiros do seu bolso, por isto também não assinou o requerimento da Presidente. “Todas as vezes que vou a Belo Horizonte, buscar recursos, sempre tenho gastos próprios”, alega.
O outro vereador, Adriano Moraes, não chegou a ser ouvido. Ele foi o autor da proposta de redução de salários na câmara, em agosto de 2015, propondo o valor de R$ 970,00 por mês, mas não assinou o documento para devolver a diferença recebida a mais com o aumento.