“Quando, no dia 30 de abril de 1968, cheguei em Lagoa da Prata, ninguém esperava que eu ainda pudesse trabalhar, pois minha saúde estava bastante abalada. Estava voltando de férias na Holanda e estive hospitalizada durante três meses, pois havia me submetido a duas cirurgias. Vim a Lagoa da Prata para fazer companhia a Sra. Alice, também membro do Instituto Secular Unitas. Porém, o futuro mostraria que Deus escreve certo por linhas tortas.”
Maria Teresa Winters
Maria Teresa Winters, holandesa de origem, chegou a Lagoa da Prata aos 65 anos já adoentada na esperança de poder descansar e cuidar da saúde. No entanto, a pobreza da região ainda desconhecida e o sofrimento do povo despertaram em seu nobre coração um grande apelo: exatos dois meses após sua chegada, estava fundado o Serviço de Obras Sociais de Lagoa da Prata, o SOS.
“As obras sociais realizadas em outros tempos já não existem mais, pois os serviços de saúde e assistência social do município oferecem à população o que o SOS forneceu durante muitos anos”, informa a diretoria da entidade. “A situação econômica da região também é hoje muito melhor. O serviço prestado hoje resume-se ao acolhimento de idosos. Apesar de não prestar outros tipos de assistência, compreendemos que o SOS oferece um serviço de importância grandiosa”, complementa.
Dignidade acima de tudo
O cuidado de pessoas idosas, mais que uma questão de solidariedade é uma questão de direito. A pessoa idosa tem direito a viver com dignidade.
No intuito de respeitar e promover este direito, o Serviço de Obras Sociais – SOS tem se esforçado intensamente. Diretoria, funcionários, voluntários e benfeitores têm buscado meios para que a dignidade dos nossos idosos seja respeitada.
Solidariedade em números
Cada idoso contribui com setenta por cento do valor de sua aposentadoria ou benefício, segundo determinação do Estatuto do Idoso. Aqueles que desejam, podem fazer a doação dos outros 30% para a instituição, mas os recursos, segundo a direção da entidade, ainda são insuficientes. “Com o valor destas contribuições somadas, infelizmente podemos arcar com menos de 50% das nossas despesas”, explica a diretoria.
O poder público municipal, por meio de subvenções, colabora com cerca de 7% dos gastos do SOS e os benfeitores mensais – pelo carnê e pela conta de água – contribuem com um valor em torno de R$ 1.000,00 mensais.
O SOS possui ainda alguns imóveis próprios e que estão em locação e com este valor são supridas cerca de três por cento das despesas.
Todo o valor restante necessário para a manutenção do SOS vem de doações espontâneas e campanhas desenvolvidos pela instituição. “Somos imensamente gratos a todos os colaboradores, mas precisamos dar mais um passo, realizar parcerias, seja com pessoas físicas ou empresas, com os valores que lhes for possível, que nos permitam aumentar a receita mensal e trazer maior estabilidade à Instituição” afirma a diretoria.
Empenhados pelo bem
Ambiente limpo, alimentação adequada, atendimento médico e odontológico, fisioterapia, atividades para desenvolvimento psicossocial, higiene, atendimento de enfermagem, cuidados diários, vestuário… tudo isso é mantido com o esforço e a generosidade de muitas pessoas.
“Temos hoje capacidade para 85 idosos e uma equipe profissional que, embora tenha crescido proporcionalmente nos últimos tempos, está longe de ter um número suficiente para corresponder às justas exigências da legislação”, diz a diretoria.
O que fazer?
“Infelizmente, fazemos parte de uma cultura e de um sistema econômico que não sabem valorizar uma vida longa com seus limites e debilidades, mas se começarmos esta tarefa, poderemos fazer a diferença na promoção de um mundo mais justo e solidário”, afirmam os colaboradores voluntários do SOS.
“Para a manutenção do que nossos idosos alcançaram em termos de qualidade de vida e para alcançar os avanços necessários, precisamos de contar com a ajuda da comunidade”, continuam.
Em nota à redação do Jornal O PAPEL, a entidade detalha alguns pontos de sua situação financeira:
Você sabe por que o S.O.S precisa de você?
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- A participação dos idosos com as despesas do SOS (cerca de R$ 66.024,00) não chega a cobrir nem os gastos com os funcionários;
- O valor repassado pelo poder público permite o custeio de apenas 8% das despesas;
- Temos algumas doações fixas que somadas resultam em cerca de R$ 11.850,00 mensais.
- Contamos com o valor de alguns alugueis de imóveis nossos. (R$ 3.928,64)
- Estas são nossas rendas fixas. Este valor é suficiente para cuidar de nossos idosos com dignidade? Não, infelizmente não.
- O S.O.S tem um déficit mensal de cerca de R$30.000,00.
- Estamos em obras, mas este investimento não sai do nosso caixa. Há alguns benfeitores dispostos a reformar nosso prédio e tem se empenhado nisso!
- Temos um quadro de 48 funcionários. É muito? Sim! Mas para cuidarmos dos nossos idosos todos os dias, dia e noite, precisamos ainda de contratar inúmeros funcionários para atender à legislação vigente. Por isso, e muito mais, o S.O.S precisa da sua contribuição! Seja Solidário!
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Bazar do SOS
Uma forma interessante de ajudar o SOS e aproveitar boas oportunidades é comprar no bazar da entidade, que funciona à rua Rio de Janeiro. Diversos tipos de produtos novos ou com pouco uso podem ser encontrados a preços muito atraentes. Tecidos, roupas, utilidades domésticas, que cabem dentro do seu orçamento e vão ajudar na manutenção do SOS. Vale a pena fazer uma visita.
Doações
O Motoclube Rodas de Prata, que durante os dias do festival de motociclismo arrecadou donativos para as entidades de Lagoa da Prata, realizou no sábado, dia 16, a entrega de diversos mantimentos ao SOS. O presidente Hugo Cesar, junto com alguns membros do motoclube, visitou a instituição e conheceu o trabalho desenvolvido pelos diretores e colaboradores da entidade.
“Ficamos muito felizes em ver como a instituição está melhorando e oferecendo um serviço cada dia melhor aos seus residentes”, declarou Hugo. Ele convidou a direção do SOS a montar um estande no próximo Moto Sunset para a arrecadação de donativos, como forma de promover o trabalho social da entidade e ampliar as doações.