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Isa Penna assediada por deputado Fernando Cury, que está com as mãos nos seus seios
Reprodução

Isa Penna foi assediada por deputado Fernando Cury

Depois do caso de assédio sexual cometida pelo deputado Fernando Cury (Cidadania) contra Isa Penna (PSOL) na Assembleia Legislativa de São Paulo , outras deputadas como Tabata Amaral, Joice Hasselmann, Áurea Carolina e Clarissa Garotinho relatam terem sofrido assédio sexual no trabalho.

O assédio sexual contra Isa Penna foi flagrafo em vídeo em que o deputado Cury passa a mão nos seios da deputada durante sessão na Assembleia. Penna levou o episódio ao Conselho de Ética da Assembleia pedindo que seu mandato seja suspenso, além de ter registrado um boletim de ocorrência. No Código Penal, o ato se encaixa como  importunação sexual e prevê punição de um a cinco anos de prisão.

Para o jornal Folha de S.Paulo, Tabata Amaral (PDT) afirmou que sofreu assédio sexual, mas se sentiu constrangida e, por medo de ser exposta e atacada, não realizou denúncia. O episódio teria acontecido logo após a sua eleição por um deputado que ela não conhecia.

“Ele me abraçou forte e não me soltou. Fiquei super incomodada, meio que dei um empurrão nele, fiquei constrangida, e continuei”, disse. O mesmo aconteceu em uma confraternização entre deputados no fim do ano passado.

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“Um deputado veio, me puxou, abraçou, só que ele era bem mais alto do que eu, e eu não consegui sair. Veio uma amiga minha, começou a bater na mão dele, a gente ficou assustada e eu fui embora, chorei. Você se sente super mal, suja”, afirmou ao jornal.

Tabata afirma que já esteve com esses deputados em outros ambientes após os ocorridos, mas eles agiram como se nada tivesse acontecido. “Você sente raiva, nojo, não tem vontade de interagir, mas engole”, explicou. Para evitar que outros episódios aconteçam, ela toma medidas como não usar roupas decotadas ou apertadas e não marcar reuniões em sua casa.

Joice Hasselmann (PSL) também passou por situação semelhante. Um deputado a assediou na última terça-feira (15) em uma confraternização entre deputados. Enquanto ela dançava com os colegas, o deputado chegou por trás e segurou seu braço, que ficou roxo, e encostou o corpo no dela.

A reação de Hasselmann foi se virar e bater no rosto do deputado. “Nem sabia quem era. Virei e bati com o dorso da mão no rosto dele”, disse. Ela contou que, na ocasião, estava usando um anel que cortou o rosto do homem. Sua reação foi apoiada por homens e mulheres.

O parlamentar teria se desculpado e, por isso, a deputada decidiu não prestar queixa. Ela acredita que a marca no rosto vai lembrá-lo de não fazer isso com outra mulher. Hasselmann não quis identificar o homem, mas disse que atualmente passa por processo em Brasília.

Áurea Carolina (PSOL) também fez relatos de assédio sexual  para a Folha. Ela afirmou que um colega colocou a mão na sua coxa durante uma reunião de uma comissão. Carolina retirou a mão do local e disse que o deputado não poderia fazer aquilo. “Ele falou ‘mas isso o quê?’ Eu disse ‘colocar a mão no meu corpo desse jeito’. Ele falou ‘nossa, que isso, nem percebi que fiz isso’”, disse.

Segundo a deputada, isso é definido como gaslighting  pelo movimento feminista, que significa realizar manipulação psicológica para distorcer a realidade a seu favor. “Mesmo com a filmagem do que aconteceu com a Isa Penna, o deputado teve o desplante de ir à tribuna dizer que estava só abraçando. Tudo documentado e ele reverte a narrativa dessa forma. Imagina se não tivesse sido filmado”, explicou Carolina.

Por não ter imagens que comprovassem o assédio, ela não fez denúncias, mas afirmou que a situação é desgastante e a desqualificação do crime, cansativa. “Já vi colegas do centrão serem assediadas, passando a mão na bunda. Não é uma coisa que façam questão de esconder”. Carolina também afirma que essa é uma prática adotada por deputados de todas as vertentes ideológicas e serve como uma maneira de intimidar e fazê-las recuar.

Clarissa Garotinho (PROS) também afirmou que tenta se precaver dos assédios ao manter as portas e persianas do gabinete abertas quando tem reunião a dois ou pedir que um assessor participe. Mesmo assim, ela afirma que não é o suficiente.

Garotinho disse que passou por uma situação “menos grave” do que a de Penna, mas que “a deixou constrangida e desconcertada”. No seu primeiro mandato no Rio de Janeiro, aos 25 anos, ela pediu apoio a um colega. “Estou explicando, explicando, e vendo que ele não está dando a mínima. Aí terminei e falei: ‘posso contar com o seu apoio?’. Ele virou e disse assim: ‘sabia que seus olhos são lindos?’”, relatou.

Fonte: IG Mulher

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