Por 367 votos a 146, os deputados aprovaram a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Roussef. Em uma tumultuada sessão nesse domingo, 17 de abril, que começou às 14:00 horas e só terminou por volta de meia noite, o governo não conseguiu os votos contrários nem abstenções suficientes para evitar a vitória da oposição na votação que pode definir o futuro da presidente e do país.
O deputado Bruno Araujo foi o responsável pelo voto de número 342. “Quanta honra o destino me reservou de poder da minha voz sair o grito de milhões de brasileiros”, disse o parlamentar.
Em meio a manifestações pró e contra em todo Brasil, os deputados optaram por levar adiante a denúncia de que Dilma cometeu crime de responsabilidade, com as chamadas “pedaladas fiscais”, quando o governo atrasou repasses de recursos a bancos estatais para pagamento de programas sociais e editou decretos para fazer ajustes sem autorização do congresso.
Os governistas já anunciaram que estão se mobilizando para tentar barrar o processo no senado. A presidente Dilma anunciou que fará um pronunciamento nesta segunda-feira.
O processo do impeachment
Terminada a votação na Câmara dos Deputados, que decidiu pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, falta agora o Senado Federal acatar o pedido para o afastamento da chefe de governo.
Dos 513 deputados, seriam necessários 342 votos (dois terços) para a instauração do processo. Foram computados 367 votos favoráveis ao impeachment, contra 146 dos governistas, somando neste caso votos contrários, ausências e abstenções.
Agora a denúncia segue para o Senado, que formará uma comissão de análise da matéria. A exemplo do que aconteceu na Câmara, é eleito um relator para apresentar o parecer favorável ou contrário ao processo, que será deliberado pelos 81 senadores da república, bastando neste caso, maioria simples (41 votos) para aprovação.
Caso a presidente seja afastada, o vice Michel Temer assume interinamente até o julgamento do processo. A partir daí entra em cena o STF – Supremo Tribunal Federal, que ouvirá os envolvidos na busca de provas. Dentro de 180 dias – prazo máximo para essa fase, o STF retorna a votação ao Senado para a decisão final, se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade.
Aqui a relação dos votos da bancada mineira, por ordem alfabética de nomes: