O presidente Jair Bolsonaro participou da 75ª edição Assembleia Geral da ONU na manhã desta terça-feira (22). Entre os pontos abordados no discurso, ele comentou as queimadas no Pantal e na Amazônia e disse que elas são causadas pelos povos indígenas.
“Nossa floresta é úmida e não permite a propagação de fogo no seu interior. Os incêndios ocorrem onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sobrevivência, em áreas já desmatadas”, disse o presidente.
Essa fala causou revolta entre as lideranças das comunidades tradicionais e mulheres indígenas se criticaram o posicionamento de Bolsonaro. Chirley Pankará, militante e codeputada estadual em São Paulo pela Bancada Ativista (Psol), chamou Bolsonaro de mentiroso no Twitter e escreveu: “Somo nós os responsáveis por apagar o fogo causado por seus aliados, grileiros fazendeiros, assassinos da natureza. Não toleraremos calunias e incitação de ódio!”.
Já Sonia Guajajara, que foi candidata a vice-presidente em 2018 , disse que o presidente mentiu mais uma vez e que os responsáveis pelas queimadas se sentem mais empoderados a desmatar por causa dessas falas. A ativista Watatakalu Yawalapiti questionou os eleitores de Bolsonaro ao questionar: “Será que os eleitores dele não tem vergonha de ter colocado um mentiroso desse no poder? Não sei de quem que fiquei com mais pena, se foi dos que colocaram ele no poder ou de quem estava lá ouvindo as mentiras”.
A deputada federal Joenia Wapichana (Rede Sustentabilidade) também se pronunciou sobre a fala na ONU. “É vergonhosa e leviana a atitude do presidente Bolsonaro na ONU, ao jogar a culpa pelos incêndios ambientais aos povos indígenas, originários desse país. Isso prova o despreparo, a incompetência e irresponsabilidade em administrar o Brasil. O incêndio no Pantanal, somado ao aumento do desmatamento na Amazônia, é o resultado do desmonte das políticas de proteção ao meio ambiente adotado por esse desgoverno”, ela escreveu no Twitter.