De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), no último domingo, 15, foram eleitos 29 vereadores transexuais em todo o Brasil, 2 homens e 27 mulheres e travestis. O número representa um crescimento de 262% em relação às eleições municipais passadas, em 2016.
O cenário aponta para uma mudança, de uma sociedade que começa a votar mais em grupos atingidos por discriminações , como negros, indígenas, periféricos, mulheres e a comunidade LGBTI. Diante desse contexto, o Delas elaborou uma lista de 17 mulheres inspiradoras, que vem fazendo a diferença com suas atuações e trabalhos para você conhecer e seguir nas redes sociais.
Ana Flor Fernandes
Estudante de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ana Flor já se destaca pelo trabalho científico que vem produzindo sobre gênero, sexualidade, travestilidade e educação. Em suas palestras ela pontua a importância de um currículo transfeminista e a inserção de travestis no curso de Pedagogia. Com 26 mil seguidores no Instagram e 37,4 mil no Twitter, leva essas e outras discussões importantes para as redes sociais.
Maite Schneider
Co-fundadora dos projetos Transempregos – maior e mais antigo projeto para viabilizar oportunidades de emprego para a população trans – e o Integra Diversidade – que busca integrar pessoas LGBT dentro de ambientes de trabalho. Maitê é considerada uma ‘top voice’ do LinkedIn e já foi palestrante do TEDx. No Instagram , ela publica reflexões, mensagens motivacionais, discussões sobre discriminação e os contextos de mulheres trans e travestis brasileiras.
Erica Malunguinho
Primeira mulher trans eleita deputada estadual de São Paulo, Erica é mestra em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP). Ela também é criadora do Aparelha Luiza, centro de fomento cultural voltado para a convivência e circulação de artistas negros. Nas redes sociais, Erica faz reflexões sociais e apresenta discussões em vídeos curtos e diretos.
Jaqueline Gomes de Jesus
Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília (UnB), atualmente conduz um pós-doutorado em história. Jaqueline é professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e também da pós-graduação em história da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Jaqueline aborda diversos temas em seus trabalhos, como políticas públicas, feminismos, movimentos sociais, gênero e psicologia.
Ventura Profana
Se autodeminando “missionária e pastora das travestis”, se destaca pelas discussões políticas que faz, desconstruindo noções hegemônicas da sociedade, como o cristianismo, por exemplo. É cantora e tem videoclipes no Youtube. Nas redes sociai s, fez lives com outras pessoas, cantando e discutindo religiosidade, discriminação, realidade das travestis e noções de identidade.
Maria Clara Araújo
Transfeminista, Maria Clara participou do documentário Transparência, de Igor Travassos (PE), no qual aborda suas vivências como mulher trans. Estudante de graduação, foi uma das primeiras na Internet brasileira a ampliar o debate voltado para as travestis inserindo questões sobre classe e raça. Em novembro de 2014, com 18 anos, foi uma das 95 pessoas que recebeu autorização do Ministério da Educação para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) usando o nome social. Na época, essa ainda não era uma portaria do MEC. Já participou de videoclipes (Linn da Quebrada), desfiles de moda, ensaios fotográficos. Nas redes sociais , compartilha o cotidiano e costuma apresentar discussões pontuais e relevantes.
Sara Wagner York
Mestra em Educação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sara é especialista em Gênero e Sexualidades e em Orientação Escolar. Produz artigos sobre a comunidades LGBTI e suas vivências sobre intersexualidade, travestilidade e educação. Nas redes sociais, está sempre se posicionando politicamente e divulgando os espaços de debate e discussão dos quais participa. Já organizou livros sobre corpos transgressores e narrativas plurais.
Helena Vieira
É escritora ativista transfeminista. Em 2017, prestou consultoria para a Rede Globo que incluiu uma personagem transexual na novela “A força do querer”. No Instagram, costuma publicar referências de eventos, séries, filmes, debates relevantes para a discussão sobre travestilidade e teoria queer. Já concedeu entrevista para o jornal Nexo , em vídeo, discutindo diversos tópicos relativos à mulheridades e travestilidade de forma crítica.
Luma Andrade
Foi a primeira mulher trans a se tornar professora doutora no Brasil. Foi empossada, em 2013, como professora efetiva da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), no Ceará. Integrante do Instituto de Humanidades e Letras (IHL).
Fe Felicio
Microinfluenciadora, com mais de 10mil seguidores, Fe é uma das donas da página @culturatravesti. No perfil pessoal, publica discussões pertinentes de forma simples e direta como, por exemplo, a importância de naturalizar o afeto, a diferença entre gosto e preconceito, cultura do cancelamento, gatilhos, dependência emocional etc. Graduada, a comunicadora mescla conteúdos mais sérios e políticos com outros mais leves e engraçados, fazendo sucesso no Instagram .
Viviane Vergueiro
Ativista transfeminista e pesquisadora sobre identididade de gênero, costuma utilizar a expressão “cistema”, para se referir às estruturas sociais hegemônicas que mantém a transfobia uma opressão estrutural. É Doutoranda em Estudos sobre Gênero, Mulheres e Feminismos pela Universidade Federa da Bahia (UFBA). Não costuma publicar muitas discussões nas redes sociais, mas vale muito a pena ficar atento(a) ao trabalho que ela vem desenvolvendo.