Prestes a lançar um livro sobre suas memórias, Xuxa Meneghel resolveu relembrar os casos de preconceito que teve que enfrentar durante a vida. Na coluna que possui na Vogue, a apresentadora falou sobre o namoro com o ex-jogador de futebol Pelé, sobre o fato de não ter casado com Luciano Szafir e sobre o filme “Amor, Estranho Amor”.
Xuxa contou que sentiu o preconceito na pele assim que saiu do Rio Grande do Sul e veio para o Rio de Janeiro: “Achavam graça do jeito como eu falava, riam do lugar onde eu nasci, diziam que eu era caipira”. Aos 17 anos, a apresentadora, que ainda não tinha fama, engatou em um relacionamento com Pelé, que já era visto com um ídolo no Brasil.
“Foi aí que eu conheci a maldade real das pessoas. Fui chamada de puta, interesseira que queria aparecer às custas de um rico famoso, garota de programa de luxo e muitos outros nomes”, declarou. “Quando comecei a trabalhar para crianças, aos 20 anos, fui taxada de loira burra, despreparada. Disseram que eu tinha relações com as Paquitas, com minha diretora e que eu não poderia trabalhar com o público infantil”, acrescentou.
Sobre a relação com Ayrton Senna, a loira lembrou que “diziam que era um relacionamento de fachada”. Xuxa também enfrentou preconceito quando decidiu ser mãe. “Resolvi ter minha filha aos 35 anos sem me casar e disseram que eu era mau exemplo para os públicos infantil e adolescente. O então ministro José Serra, na época, disse até que eu estava incentivando as jovens a seguir o meu exemplo.”
O fato da apresentadora não ter casado com Luciano Szafir também virou assunto. “Não ter o pai da Sasha ao meu lado fortaleceu o que sempre falavam: que eu gostava de mulheres, não prestava, era uma prostituta de luxo, etc… Aos 50 resolvi ‘casar’ sem cartório ou festa e, novamente, não sou bom exemplo, já que digo que estou feliz e com cara de bem comida ao lado do homem que escolhi. Isso choca? Sim, choca, porque para muitos, eu não tenho direito de ter uma vida sexual depois dos 50”, disse a apresentadora.
O que também foi ressaltado por Xuxa é que até hoje tentam atingi-la falando do filme “Amor, Estranho Amor”. “Eu fazia o papel de uma menina de 15 anos comprada no interior para ser dada a um político. Nada a ver com a minha biografia, mas amam dizer que sou eu, a ‘Xuxa dos Baixinhos’ e não a personagem, menina que foi vendida para um prostíbulo – que aliás é um tema tão atual”, concluiu.