Sáttia Lorena Aleixo, uma médica de 27 anos, caiu do 5º andar do prédio onde mora, no bairro Jardim Armação, em Salvador, na madrugada da última segunda-feira (20). O porteiro, que preferiu não se identificar, tinha sido acionado momentos antes da tragédia por moradores por causa de uma briga de casal no 5º andar.
“Ele recebeu os chamados dos vizinhos que relataram um desentendimento e foi à unidade. Esta foi a primeira vez de uma briga fervorosa, ao ponto de duas unidades acionarem o porteiro para subir”, contou Leonardo, síndico do edifício, ao jornal Correio. Sem êxito, o porteiro retornou ao posto de trabalho, quando se surpreendeu ao ver Sáttia pendurada pela janela.
Logo após a queda, segundo informações do porteiro, ela ainda estava consciente. Questionado se ela havia relatado ao porteiro sobre o que havia acontecido dentro do apartamento, o síndico respondeu que não sabia. Mas ele disse que um morador do quarto andar conseguiu ver o marido segurando Sáttira em uma tentativa de evitar a queda. “Ele disse: ‘Você é médica, você vai fazer isso mesmo?’. Ele estava no andar de baixo e fala olhando para ela”, relatou Leonardo.
Ainda segundo o síndico, a vizinha do andar de cima também havia iniciado um diálogo com Sáttia. “Ela falou: ‘Oh, minha filha, não faça isso, não'”, contou. Perguntado qual o contexto dos diálogos, o síndico respondeu: “As circunstâncias desse momento, eu não sei. Eu não testemunhei, mas fui comunicado. Não quis descer. Da minha varanda deu para ver ela no play. Coletei informações com as testemunhas para colaborar com as investigações. Apenas relatei o que os moradores me falaram”, explicou.
Além do porteiro e dos vizinhos citados por Leonardo, um outro morador também é testemunha no caso. Apesar de o condomínio possuir 40 câmeras, nenhuma delas conseguiu registrar a queda, que aconteceu em um “ponto cego”.
O namorado de Sáttia Lorena, o também médico Rodolfo Cordeiro Lucas, está preso na Delegacia especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas. Já Sáttia Lorena continua internada no Hospital Geral do Estado (HGE) e sua família pede por doações de sangue, principalmente do tipo O-.