A atriz Alessandra Negrini recebeu apoio da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) após ser duramente criticada por ir fantasiada de índia ao bloco de rua Acadêmicos do Baixa Augusta, que aconteceu no último domingo (16), em São Paulo.
Leia também: Atriz Alessandra Negrini vai de indígena a bloco no Baixo Augusta em São Paulo
Muitas pessoas ficaram indignadas e Alessandra Negrini acabou sendo detonada nas redes sociais. Os seguidores disseram que ela estava fazendo uma apropriação cultural e que índio não é uma fantasia. Por outro lado, teve muita gente que saiu em defesa da atriz, ressaltando que ela desfilou ao lado de indígenas em tom de protesto.
Leia também: Luísa Sonza se inspira em Madonna para bloco de carnaval em São Paulo
“Alessandra Negrini foi defendida pela indígena Sônia Guajajara. ‘Muita gente usa acessórios indígenas como fantasia. Isso a gente não concorda. Mas quando a pessoa usa de uma forma consciente, como um manifesto para amplificar as vozes indígenas, então tudo bem, é compreensível’”, divulgou o escritor Marcelo Rubens Paiva, que fez várias postagens nas redes sociais defendendo a atitude da atriz.
Além do posicionamento de Sônia Guajajara, a APIB também soltou um comunicado oficial dizendo que ela está ajudando na causa indígena . “Estamos vivendo a maior ofensiva em séculos de nossa história. Essa semana está tramitando no Congresso uma MP que tenta regularizar a grilagem, o PL da Devastação quer impor a mineração e a exploração das terras indígenas, um evangélico missionário está em um posto estratégico da FUNAI e pode provocar a extinção de povos não contactados. São muitos os ataques. Não nos esqueçamos, o momento é grave e dramático, querem nos dizimar!”, começa dizendo o comunicado.
“Por isso, reafirmamos que o momento é de união entre todos, e não atacar uma aliada por se juntar a nós em um protesto. Alessandra Negrini colocou seu corpo e sua voz a serviço de uma das causas mais urgentes. Fez uso de uma pintura feita por um artista indígena para visibilizar o nosso movimento. Sua construção foi cuidadosa e permanentemente dialógica, compreendendo que a luta indígena é coletiva”, foi acrescentado.
Leia também: 30,9% dos blocos em São Paulo desistem do Carnaval de rua 2020
Por fim, o comunicado diz que é preciso discutir a apropriação cultural com responsabilidade para saber quem está ridicularizando e quem está lutando por essa causa. ” Alessandra Negrini é ativista, além de artista, e faz parte do Movimento 342 Artes, que muito vem contribuindo com o movimento indígena. Esteve conosco em momentos fundamentais. Portanto, ela conta com o nosso respeito e agradecimento. E assim será, sempre quem estiver ao nosso lado.”