Primeiro grande lançamento de 2020 nos cinemas, “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” já está em cartaz nos cinemas brasileiros. O longa mostra um grupo de mulheres se impondo diante de um homem, que também é o criminoso conhecido como Máscara Negra, vivido por Ewan McGregor.
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Interpretada por Margot Robbie, Arlequina é disparado o maior fenômeno do pop atual em matéria de personagens da DC Comics. Desde 2016, quando o longa “Esquadrão Suicida” foi lançado, as fantasias da personagem foram campeãs na CCXP, feira de cultura pop realizada anualmente em São Paulo, e a personagem ganhou sua própria HQ nos EUA.
De paródias pornô a teses de doutorado, a personagem se enraigou na cultura pop de maneira irreversível. Atualmente há até uma rivalidade entre fãs da personagem e do Coringa que pode ser tangenciada no duelo de aprovação crítica em sites agregadores de críticas entre “Aves de Rapina” e “Coringa”, que está indicado a 11 Oscars, e em tretas em redes sociais como a que aconteceu na última quinta (6), quando o influencer João Guilherme disse não ter gostado muito do filme “da mulher do Coringa” .
É justamente esse simbolismo que a personagem representa. “Ela é uma encarnação foi forte do feminismo. Ainda que ligeiramente despirocada”, observa a jornalista Amanda Duarte.
A personagem surgiu na animação “Um Favor para o Coringa” em 1992. O sucesso foi tanto que ela surgiu em novos episódios da série animada do Batman, aí foi para as HQs e ganhou um título próprio em 1999.
Após um período de baixa, a personagem reaparece na saga “Os Novos 52” como uma antiheoína que combate o crime em Gotham. Nessa fase ela também integrou o Esquadrão Suicida , que ganhou uma revista mensal.
A primeira atriz a interpretar a personagem foi Mia Sara na flopada série “Birds of Pray” (2002-2003), exibida no Brasil pela Warner Channel.
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A chegada ao cinema
A despeito do sucesso entre os fãs de HQ e a galera mais geek, o sucesso da personagem ainda era de nicho. “Esquadrão Suicida”, o contestado filme de David Ayer lançado em 2016, mudou tudo. “Todo mundo tinha expectativas pelo Coringa do Jared Leto, mas os trailers são insinuavam que Arlequina ia roubar a cena”, recorda-se Duarte. Não deu outra.
Margot Robbie já havia causado sensação como a “esposa troféu” de Leonardo DiCaprio no aclamado “O Lobo de Wall Street” (2016) e seu casting em “Esquadrão Suicida” foi providencial para a alavancagem de sua carreira. No mesmo ano ela também estrelou “A Lenda de Tarzã” pelo mesmo estúdio, a Warner, e no ano seguinte chegou ao Oscar com “Eu, Tonya”, primeiro filme que produziu.
Em 2020, está de volta ao Oscar com “O Escândalo”, outro filme que ajudou a produzir, e lançando “Aves de Rapina”, um filme que não só produziu, mas ajudou a conceituar. “Ela que decidiu que a personagem não deveria ter um filme solo e foi ela quem escolheu a Cathy Yan para dirigir”.
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As fantabulosas facetas de Arlequina
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Robbie sabe que sua personagem não bate lá muito bem da cabeça, mas sabe também que ela catapultou uma energia em prol do feminino na cultura pop que Mulher-Maravilha, outra personagem que retorna aos cinemas em 2020, não conseguiu despertar mesmo sendo muito mais longeva.
“Ela é sexy, divertida e não se preocupa muito com as consequências. Deve ser libertador viver assim”, comentou Natalia Starr, que interpretou a personagem em uma paródia pornô, à revista masculina Push. “Ela mexe com os homens, mas também com as mulheres. Mesmo as mulheres heterossexuais”.
Duarte concorda. ” Arlequina significa independência, resiliência, afeto, força e muitas outras coisas que as mulheres estão ávidas por demonstrar e sem deixar de fazer os homens babarem”.