Árvores cortadas foram levadas para o aterro sanitário

Na tarde desta quarta-feira, 19 de fevereiro, a Prefeitura promoveu a retirada das palmeiras ao longo da calçada da avenida do contorno da praia. A remoção contou com o apoio do Corpo de Bombeiros de Formiga e quase todos os exemplares foram cortados.

A medida gerou repercussão imediata nas redes sociais. Um vídeo gravado pelo técnico ambiental Frederico Muchon levantou a dúvida sobre a necessidade do corte e a justificativa da ação.

“Eles derrubaram todas as palmeiras aqui. Nenhuma delas tem nenhum tipo de broca, não põem em risco nenhum a população, não tinha motivo nenhum pra serem retiradas, pois não interferem nas pessoas que fazem caminhada. Segundo uma informação extra oficial, é pra que se construa uma ciclovia – até onde me consta, palmeira não tem galho lateral, ela não atrapalharia nenhum ciclista passar e ciclovia é feita no asfalto, não é no passeio (…). Basta uma sinalização, uma pintura horizontal, caso o pessoal daqui, da prefeitura de Lagoa e seus secretários não tenham conhecimento disso, vá lá em Arcos que vocês aprendem (…). Isso aqui que foi feito só demonstra mais uma vez a incompetência, o desconhecimento técnico da nossa secretaria municipal de meio ambiente. É um absurdo o que foi feito aqui”, declarou Muchon.

Prefeitura diz que árvores estavam mortas

O secretário de meio ambiente, Lessandro Gabriel, declarou que o corte das árvores foi autorizado mediante um laudo técnico e uma avaliação pelo corpo de bombeiros.

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“Foi feito uma avaliação meses atrás pelo corpo de bombeiros com um boletim de ocorrência do corpo de bombeiros, condenando trinta e cinco coqueiros mortos na orla da praia, nessa pista de caminhada. E os outros restantes, o corpo de bombeiros pediu uma avaliação mais detalhada por um engenheiro responsável que pudesse assinar e avaliar cada espécie. Então cada espécie foi avaliada, com fotos, com laudo técnico, com ART paga, com toda responsabilidade de um engenheiro florestal (…) a secretaria tem esse laudo, então acho que a contestação aí é mais questão política mesmo…”, disse.

Ainda segundo o secretário, o que determinou a retirada das palmeiras foi a segurança das pessoas que utilizam a via.

“Com essa questão de chuvas e ventos fortes, a gente também não vai colocar em risco as pessoas que estão ali também na pista de caminhada da praia que tinha realmente a necessidade de retirada”, continuou.

Autorização

O processo foi submetido à apreciação do Codema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) no final de 2019 e foi aprovado por unanimidade, segundo o secretário.

Perícia

Na manhã desta quinta, Frederico Muchon, que é mestre em meio ambiente, esteve acompanhado do perito criminal Kleber Pacheco no local para fazer uma avaliação técnica da condição das árvores arrancadas.

“Nós vamos fazer um laudo independente pra ser entregue à promotoria de justiça. Todas as árvores, não tem nenhuma com broca, nenhuma doença e nem risco de queda. O enraizamento delas todas está perfeito, não existe nenhum tombamento pra lado nenhum”, disse à reportagem.

“Nós estamos fazendo esse levantamento agora no início da manhã antes que a prefeitura acabe de limpar tudo, eles ficaram ontem aqui até de noite limpando isso pra literalmente sumir com o material”, emendou. Segundo ele serão feitas análises de laboratório para identificar eventuais componentes químicos nas plantas e foi feito o georreferenciamento de cada exemplar.

Segundo os funcionários que estavam recolhendo o material, ele seria levado para disposição no aterro sanitário municipal.

Ciclovia

O secretário de cultura e turismo, Antonio Claudio Pereira, o Tatau, confirmou que existe o projeto de criação de uma ciclovia no local, mas descartou a relação dele com o corte das palmeiras.

“O projeto da ciclovia existe, mas não está vinculado ao ocorrido ontem (quarta). A obra utilizará parte da avenida e não o passeio. Parte do asfalto será recapeada e receberá iluminação própria e plantio de palmeiras em todo seu percurso”, explicou.

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