O Carnaval de 2020 marca o meu 13º ano desfilando pela Mancha Verde. O primeiro foi em 2008, quando eu cruzei o Anhembi na bateria, mas depois disso eu desfilei apenas no chão, com exceção de um desfile das campeãs, há alguns anos, que eu tive a oportunidade de subir em um carro alegórico.
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Todos os anos a alegria é a mesma e a ansiedade aparece como se fosse a primeira vez lá, cada ano eu vejo desde a concentração até a dispersão coisas diferentes, histórias distintas, mas em todos os anos tem algo que nunca falta: a emoção, e não é pouca, mas dessa vez um pouco diferente, porque pela primeira vez a Mancha Verde entrou na avenida como a atual campeã do Carnaval de São Paulo.
Eu costumo chegar na concentração do Anhembi muitas horas antes do desfile. Por exemplo, dessa vez a Mancha desfilaria 2h30 da manhã, mas por conta de problemas técnicos com a escola anterior, a Dragões da Real, o desfile atrasou cerca de 1 hora e lá estava eu antes das 23h. Esse pré-desfile é um momento tenso, mas ao mesmo tempo gostoso e onde temos muitas histórias para contar.
Eu tenho uma amiga, Jéssica, que aliás eu conheci no desfile do ano passado, e ela estava muito emocionada, eu vi ela chorando durante muitos momentos, mas o mais marcante foi quando Nickollas Grecco e sua mãe, Sílvia, passaram por nós. Para quem não sabe, Nikollas é um garoto de 12 anos que é cego e, por conta disso, a mãe narra todos os jogos do Palmeiras para ele. Ela, inclusive, recebeu um prêmio da FIFA por toda a sua história.
Falando na Sílvia, ela mostrou muita simpatia com todos antes de subir no carro alegórico em que desfilou ao lado do filho. Os dois também esbanjaram muita animação, mesmo com o atraso.
Rainha das rainhas
Rainha de bateria da Mancha há mais de dez anos, Viviane Araújo é uma atração à parte em todos os desfiles. Quando ela passa, todo mundo para para vê-la e neste ano não foi diferente. Ela sempre chega escoltada por toda sua equipe, inclusive o namorado, Guilherme Militão.
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Horas antes do desfile, enquanto Viviane se arrumava no hotel que fica ao lado do Sambódromo, Guilherme estava em um bar, dentro do Anhembi, curtindo um samba e tomando cerveja, aproveitando o Carnaval Paulista.
O mestre-sala e a porta-bandeira também são uma atração à parte e param tudo quando passam pelos componentes da escola. Eu vi uma senhora literalmente chocada com a passagem dos dois pela concentração do Anhembi: seus olhos brilhavam, ela ficou com a boca aberta e comentando com as pessoas que estavam ao seu lado.
Hora do desfile
Depois do atraso, o receio era de que os componentes estivessem desanimados para o desfile, mas o que se viu foi uma comunidade dando um verdadeiro show de evolução e harmonia. Quando eu olhava para o lado eu via pessoas chorando, chorando muito, via pessoas deslumbradas com a torcida, com a escola, pessoas sorrindo e com os olhos brilhando.
Um pouquinho antes de entrar na avenida ainda foi possível ver alguns momentos de um pouquinho de tensão, com pessoas mandando componentes guardarem o celular, mas depois de cruzar a linha, foi apenas emoção.
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Depois que o portão fechou e o desfile acabou, os componentes começaram a gritar “Bicampeão” e se abraçaram para festejar. Agora, é esperar a apuração na terça-feira (25) para mais, muito mais emoções.