O professor lagopratense Di Gianni Nunes recebeu em São Paulo, no último dia 30 de outubro, o prêmio “Educador Nota 10”, promovido pela Fundação Vitor Civita, em conjunto com a Editora Abril e a Fundação Roberto Marinho.

O projeto “Regime Fechado, Visão Aberta”, que utiliza a Bíblia como fonte para o estudo histórico e geográfico junto aos recuperandos da Apac – associação de proteção e assistência ao condenado, de Lagoa da Prata, foi responsável por colocar o professor lagopratense Di Gianni Nunes entre os dez melhores educadores do Brasil.

Seu trabalho foi classificado entre 5.606 propostas pedagógicas de todo o país e foi o único de Minas Gerais a ser reconhecido.

Durante a entrega do prêmio, em seu discurso, o professor ressaltou a importância de dar mais visibilidade ao trabalho educacional dentro das instituições penais, como é o caso da Apac. Em entrevista ao editor do Jornal O Papel, Di Gianni disse também que a cidade ganha com essa premiação:

Di Gianni lamenta a falta de interesse da administração municipal com o reconhecimento do trabalho premiado: “O povo entendeu que o prêmio é da cidade, mas parece que o prefeito não”.

“Os alunos ficaram mais motivados. O sistema Apac ganhou mais visibilidade, já tem gente interessada em participar de outros concursos pedindo orientação, quer dizer, houve uma movimentação no setor de educação”, discorre.

“Tem a questão do estreitamento de laços também. Eu fiz contato com grandes instituições no setor educacional. A Apac de Arcos já está se movimentando para levar o ensino religioso de adultos pra lá. Eu fiz contato até com o ex-Ministro da Educação de Portugal, que foi responsável por uma grande revolução no estudo de lá, entre outras coisas”, complementa.

Segundo Di Gianni, esse ano foi o que teve o maior número de projetos concorrendo. “Houve trabalhos muito interessantes, sobre imigração, sobre educação infantil, sobre sexualidade e o próprio trabalho que venceu que foi sobre alfabetização indígena, muito encantador”, revela.

Sobre a repercussão nas redes sociais, o professor disse que se emocionou com o apoio da comunidade.

“Eu vou confessar que fiquei muito emocionado. Na noite da premiação quando fui ligar meu celular, havia um monte de mensagens de alunos meus, muita gente acompanhando em tempo real a premiação pelo Facebook, depois que eu cheguei já veio muita gente dar os parabéns, muitas mensagens na internet que sinceramente eu me emocionei mesmo”, confessa. Para ele, a emoção do reconhecimento é indescritível:

“A sensação de receber o prêmio, parece que a gente nem entende o que está acontecendo, pela forma como a cerimônia é conduzida, o local muito clássico, muita gente vindo conversar com a gente, até de fora do país… é um momento especial demais. Ainda mais que estava na companhia de amigos e familiares, alunos do Monsenhor, da Apac, ali a gente vê o tamanho da responsabilidade que é o trabalho educacional”, termina.

Homenagem da Câmara

A Câmara de Vereadores entregará ao professor, que também é ex-integrante do poder legislativo, uma moção de aplausos na reunião da próxima segunda-feira, 06 de novembro. A sessão é aberta ao público. Da parte da prefeitura, entretanto, Di Gianni disse que não recebeu nenhum tipo de manifestação.

“Fiquei muito feliz com a moção de aplausos que a Cida promoveu e todos os vereadores assinaram, fico muito satisfeito. A respeito da administração não, não teve nada e lá em São Paulo a gente via os outros professores acompanhados das autoridades políticas de suas cidades. O que é bom para a educação, porque se cria uma corrente, mas aqui não teve nada. O povo entendeu que o prêmio é da cidade, mas parece que o prefeito não”.

Di Gianni discursa sob os olhares da jornalista Sandra Annenberg e do professor Daniel Vieira, que foi o responsável pela seleção o projeto desenvolvido junto à Apac.

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