A demora na finalização da ponte sobre a rodovia MG 176 passou da conta. Sabidamente existem casos de obras públicas abandonadas, inacabadas e mal feitas, que tornam-se escândalos pelo país. A situação da ponte sobre o rio São Francisco entre Lagoa da Prata e Luz, entretanto, supera o absurdo. É uma demonstração de total descaso com o interesse público, de desprezo com o desenvolvimento econômico da nossa região e de um tratamento no mínimo covarde com as comunidades dos dois municípios. A ponte está praticamente pronta. Já permite o traslado de veículos, o que falta é a proteção lateral, tal como a cobertura para o bolo. O essencial já está feito. Deixar de terminar a obra, que tanta utilidade tem para quem transita no trecho, é uma maldade sem precedentes travestida de argumentos burocráticos.
Por conta do impasse entre Cowan e governo do estado, já ficamos sem a ponte de ferro e nos cansamos de ter a ponte de concreto como mero elemento da paisagem. E nessa espera agoniante, ninguém vem nos defender. Salvo um par de reuniões que o deputado Newton Jr realizou com o secretário de obras públicas do estado, o que até o momento só resultou em retórica, nenhum dos representantes do povo que vem aqui buscar votos em tempos de eleições, moveu um dedo a favor da solução do problema.
Quando (e se) a ponte vier a ser inaugurada, deveriam cortar a fita os produtores rurais que incansavelmente brigaram pela obra. Que mobilizaram forças para remendar a ponte de ferro e que se indignaram, não somente com palavras mas com ações, contra a letargia do poder público em entregar a ponte que, insistimos, está praticamente terminada.
Que essa manifestação da sexta 11 de novembro tenha a força necessária para sensibilizar as autoridades, provocar as atitudes que faltam e tocar o brio dos homens públicos que tenham competência e coragem para dar cabo a essa novela.
Se os representantes políticos são afinal empregados do povo, servidores da população, estamos mesmo precisando rever esse sistema de recrutamento, pois eficiência e compromisso não estão se mostrando valores inerentes aos nossos homens públicos.
Vamos ter que fazer um mutirão pra terminar o serviço?