A vida de Fabiano Miranda mudou muito desde que ele participou da primeira temporada de “Malhação”, em 1995. A novela teen da Globo sempre foi considerada uma fábrica de revelar talentos, mas nem todos conseguem seguir na profissão e esse foi o caso de Fabiano. A vida como ator não deu certo, ele decidiu mudar o foco e, atualmente, ele está vivendo em Portugal trabalhando com tecnologia da informação (TI).
Fabiano viveu Bróduei na trama da Globo que está sendo reprisada no Viva e está disponível na Globoplay após 25 anos da sua estreia. A novela também foi um sucesso em Portugal e o ex-ator não passa despercebido por lá. “Fiquei impressionado ao ser reconhecido aqui porque até no Brasil as pessoas demoram um pouco para me reconhecer… primeiro acham que estudaram comigo e só depois que se lembram do personagem. A Malhação foi transmitida e reprisada aqui pelo Sic, que é como se fosse a TV Globo daqui”, disse em entrevista à Quem.
Participar da primeira temporada de “Malhação mudou a vida de Fabiano, que hoje está com 38 anos. “O Bróduei mudou a minha vida. Já até me emocionei revendo o primeiro episódio. Continuo amigo de muitos colegas de elenco. Mesmo distantes, sempre estamos juntos”, contou.
Na época em que gravava a novela, Fabiano fazia um curso de programação de jogos e vi o hobby como um plano B. “O tempo foi passando, com 16 anos acabou meu contrato com ‘Malhação’, me dediquei ao teatro e depois comecei a passar um momento delicado na minha vida. Com 18 anos, estava sofrendo com a realidade do ator de teatro. Fazia muitas peças, dava aulas, mas não tinha retorno financeiro. Se você não está na TV ou não é um ícone do teatro, não consegue fazer dinheiro com isso.”
Nova carreira
Sem conseguir trabalhos como ator, Fabiano passou a dar aula de informática e, depois de fazer outros cursos, começou a trabalhar em uma agência. “Ainda não tinha abandonado a carreira e fazia umas participações na TV e teatro. Até que aceitei um desafio inovador e grandioso. O dono da empresa disse que se eu tivesse êxito no projeto, me tornaria sócio dele. Realizei o projeto e virei sócio”, lembrou.
Na mesma época, ele recebeu um convite para fazer um filme, mas decidiu não arriscar. “Não tinha mais condições de fazer isso. Tive que tomar uma decisão que era fazer o filme, sem saber quando ia arrumar outro trabalho como ator, ou virar sócio e ter uma carreira mais estável. Como já era pai, acabei escolhendo a estabilidade”, disse Fabiano que é pai de dois filhos.
Ele mudou sozinho para Portugal, onde montou uma startup. Os filhos ficaram no Brasil com a mãe e, por conta da pandemia, eles não se veem desde fevereiro deste ano. Com a carreira estabilizada, ele sonha em voltar a atuar, mas não quer viver de arte.
“Eu tenho muito carinho pelas duas profissões. Quero voltar a atuar, mas não com a ideia de me sustentar com essa profissão porque seria muito difícil. Talvez daqui uns cinco anos, eu consiga uma estabilidade que me permita ter tempo de me dedicar a arte sem a necessidade de ganhar dinheiro”, concluiu.