A cantora Beyoncé lançou o álbum visual “Black is King” e o trabalho vem causando bastante alvoroço . Por mais que tenha recebido enxurradas de elogios, a obra também está sendo alvo de críticas, como as feitas pela historiadora Lilia Schwarcz. Ela escreveu um texto em sua coluna na Folha de S. Paulo apontando erros que enxerga no filme, mas foi criticada por seu posicionamento.
No site do jornal e nas redes sociais, as pessoas, principalmente negras, reclamaram do posicionamento de Schwarcz. A historiadora disse que Beyoncé falhou ao representar o continente africano e deveria repensar seu trabalho. O comentário da colunista não foi bem-visto, principalmente pelo fato de ser uma mulher branca analisando uma obra sobre negritude. Até mesmo personalidades famosas, como Iza, se posicionaram sobre o texto.
“Diva pop precisa entender que a luta antirracista não se faz só com pompa, artifício hollywoodiano, brilho e cristal”, dizia o texto de Schwarcz. “Não há como negar as qualidades de ‘Black Is King’. Mas, como nada na obra de Beyoncé cabe apenas numa caixinha, causa estranheza, nesses tempos agitados do presente, que a cantora recorra a imagens tão estereotipadas e crie uma África caricata e perdida no tempo das savanas isoladas”, ela continua.
Para a colunista, Beyoncé recorreu a esteriótipos para produzir o filme. “Só não era necessário estereotipar dessa maneira uma África isolada e perdida no mundo com muitos leopardos e oncinhas. Melhor Beyoncé sair da sua sala de estar e tomar mais ar de realidade”, escreveu a historiadora em um post no Instagram que coleciona comentários críticos.
“Meu anjo, quem precisa entender sou eu. Eu preciso entender que privilégio é esse que te faz pensar que você tem alguma autoridade para ensinar uma mulher negra como ela deve falar ou não sobre seu povo. Se eu fosse você (valeu, Deus), estaria com vergonha. Agora melhore!”, escreveu Iza no Stories.
Em “Black is King”, Beyoncé encena as músicas do álbum “The Gift”, que foi composto inicialmente como trilha sonora do filme “Rei Leão. A cantora narra a história de um menino negro dos Estados Unidos, que se reconecta com a sua ancestralidade.