Na última quarta-feira (27), a Netflix lançou uma explosiva nova série original em seu catálogo. ” Jeffrey Epstein – Poder e Perversão ” é uma minissérie documental dividida em quatro episódios que conta a vida de Jeffrey Epstein, o bilionário americano acusado de manter um esquema de abuso sexual de mulheres e menores. Epstein cometeu suicídio em 2019, dentro da prisão.
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No último domingo (31), o grupo hacker Anonymus botou ainda mais lenha na fogueira, quando surpreendeu a internet com supostos vazamentos de documentos que envolveriam o presidente americano Donald Trump e diversas outras celebridades no esquema criminoso de Jeffrey Epstein . A veracidade das acusações, no entando, não foi confirmada.
Com os boatos circulando na internet, o tema tomou conta do Twitter e das pesquisas do Google e aumentou o interesse pela minissérie sobre a vida do bilionário.
Confira as principais informações sobre Jeffrey Epstein reveladas no documentário:
1. O medo das vítimas
Por se tratar de uma série documental, “Jeffrey Epstein – Poder e Perversão” aborda as artimanhas utilizadas pelo bilionário para praticar seus crimes sexuais contra mulheres e menores. A minissérie é narrada sob o olhar das vítimas, que tinham medo de se manifestar publicamente contra ele.
“Algumas pessoas não queriam falar de jeito nenhum. Outras tinham mudado de número de telefone. Algumas decidiram que nunca vão falar sobre o assunto, por vários motivos. Outras nem tinham avisado aos próprios pais sobre o que tinha acontecido”, disse a diretora da série Lisa Bryant ao The Guardian .
2. Um alerta sobre o abuso infantil
“Poder e Perversão” abre os olhos da população para o fato de que, muitas vezes, o abuso sexual acontece debaixo do nariz dos pais e responsáveis sem ser notado. O dinheiro e o poder acabam sendo um grande recurso usado por exploradores para conseguirem o que querem de suas vítimas.
No documentário, a estratégia usada por Epstein é descrita como sedutora e discreta. Ela procurava por meninas (muitas delas menores de idade) que tinham problemas familiares e pouco dinheiro. Elas eram oferecidas dinheiro para fazer massagens nele dentro de sua mansão em Palm Beach, na Flórida. E assim os abusos aconteciam.
3. Políticos e pessoas públicas
Jeffrey Epstein tinha uma empresa de consultoria, a J. Epstein & Co, que administrava investimentos milionários. Com isso, grandes personalidades como Donald Trump, e o ex-presidente americano Bill Clinton faziam parte do seu hall de amigos e chegaram a ser questionados sobre as acusações de assédio do magnata.
Além desses, o príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth II, também foi apontado como amigo próximo de Epstein. Vale lembrar que no fim do ano passado, o membro da Família Real foi acusado de ter abusado sexualmente Virginia Roberts Giuffre quando ainda era adolescente.
4. O descaso da polícia
Em 2005, uma mulher da Flórida procurou a polícia de Palm Beach para fazer a primeira acusação formal contra a o bilionário. Na ocasião, ela afirmava que a enteada, que tinha 14 anos, tinha sido molestada por ele por intermédio de uma amiga mais velha, que teria sido paga por ele. A investigação virou um caso do Departamento Federal de Investigação (FBI) do país, que logo encontrou provas de que Epstein assediou e abusou de dezenas de vítimas.
Apesar das evidências, o empresário negou as acusações e no ano seguinte conseguiu um acordo com o promotor de justiça da Flórida Alexander Acosta, que lhe dava imunidade de qualquer acusação federal. O acordo só foi possível, pois ele confessou um dos crimes de solicitação de prostituição por um menor de idade.
5. O fim trágico
Onze anos depois do acordo polêmico com a Justiça, foram encontradas irregularidades no procedimento feito por Alexander Acosta, em que dizia que ele não seria acusado de crimes de assédio e abuso sexual.
Jeffrey Epstein foi preso em 6 de julho de 2019 acusado de tráfico sexual. Além de dinheiro, em sua casa, foram encontradas inúmeras fotos eróticas de crianças e adolescentes. Um mês depois, ele foi encontrado morto em sua cela com um lençol em volta do pescoço. Posteriormente o laudo médico confirmou que ele se suicidou por enforcamento.