Criminosos destruíram o alarme, levaram equipamento de som e mais de R$ 1 mil do dízimo
Na madrugada de sexta para sábado, dia 23 de abril, autores desconhecidos entraram na Igreja de Santa Luzia, que pertence a Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, no bairro Sol Nascente, destruíram alguns equipamentos, incluindo o alarme de segurança e roubaram dinheiro e materiais da igreja.
Segundo o Padre Marcus Vinícius, que responde pela paróquia, os ladrões ainda derrubaram uma impressora jato de tinta, que espalhou tinta vermelha pelo chão da secretaria, por onde eles entraram, após arrombarem a porta.
“Nós tivemos uma impressora danificada, eles tentaram levar e deixaram cair, por isso aquelas manchas vermelhas no chão, que o pessoal estava perguntando se era sangue, mas era só a tinta da impressora mesmo, ninguém saiu ferido, graças a Deus, ninguém saiu machucado”, relata o padre.
Os ladrões pularam o muro e passaram pelo corredor entre a parede da igreja e o salão social que está sendo construído ao lado. O padre não sabe dizer se o alarme chegou a disparar, mas suspeita que os invasores sabiam alguma coisa do seu funcionamento.
“Parece que não (disparou), um técnico foi lá oferecer ajuda e disse que provavelmente as pessoas que estiveram lá, uma delas pelo menos, sabe mexer nesse sistema, porque ele foi desligado do jeito certo…”, comentou.
Ao que parece, alguém dos autores já observava o local há algum tempo, acredita o padre.
“Parece que sim, porque conhecia onde ficava o alarme, não mexeram em muita coisa, não fizeram bagunça, a única bagunça que fizeram foi da impressora que deixaram cair, então parece que conheciam o local sim, conheciam a sacristia e o escritório paroquial”.
“(…) é um momento de pedir as autoridades que reforcem a segurança, Lagoa da Prata está ficando uma cidade violenta(…)”
Além de equipamentos, foi levado o dinheiro do dízimo paroquial e até mesmo o cálice de celebração, que segundo o pároco, tem grande valor sentimental. “Foi levado um monitor de computador, a mesa de som (avaliada em R$ 3 mil, segundo o padre), mais de mil reais em dinheiro dos envelopes do dízimo que estavam para ser depositados, um ferro de passar roupas, um telefone celular e um cálice de ordenação, que para mim é de grande valor sentimental, e uma maleta que estava com materiais de celebração”. Padre Marcus acha que os ladrões levaram o cálice pensando que seria de ouro. “Eu acredito que eles acharam que o cálice era de ouro, então eles podem ter pegado para derreter, porque ninguém vai comprar um cálice”.
A ocorrência foi registrada no sábado de manhã, quando a ministra da igreja apareceu para limpar o recinto e viu a sacristia aberta e bagunçada. “Ela saiu, achando que ainda podia ter gente lá dentro, pediu ajuda a gente na rua, e em seguida pediu para entrar em contato com a secretaria da paróquia”.
Além do prejuízo material, a falta dos equipamentos está causando transtorno às celebrações, explica o padre. “A questão do som prejudica bastante, a gente tinha arrumado o som, estava atendendo bem, e tivemos que adaptar no final de semana, e enquanto a gente não consegue um equipamento sonoro vamos nos adaptando”.
Antes de ser elevada à categoria de paróquia, a igreja já havia sido furtada em outro equipamento de som no passado. “Foi na época do padre Roberto”, informou o padre, que disse que pensa em instalar grades para reforçar a segurança e um sistema de câmeras. “Ganhamos um sistema de alarme com câmeras de um particular e estamos correndo atrás de quem vai instalar isso pra nós”.
Falta policiamento, reclama o religioso
“Duas coisas eu falei na celebração do final de semana. A primeira é que estamos num ano de misericórdia, o Papa Francisco está insistindo que sejamos misericordiosos, então a nossa resposta não vai ser nem a da vingança nem de rezar pra acontecer nada de mal com essas pessoas, mas que a gente consiga no nosso trabalho, na nossa doação de amor, no trabalho pastoral da paróquia, conseguir fazer um serviço que tire essa situação da vida das pessoas, do vício das drogas, da necessidade de tirar do outro ou pra consumir drogas ou qualquer outra situação. A outra coisa é um alerta pra gente, aqui no Sol Nascente tem outras ocorrências, teve casas de paroquianos nossos que foram assaltadas, é um momento de pedir as autoridades que reforcem a segurança, Lagoa da Prata está ficando uma cidade violenta, eu moro no Sol Nascente vai fazer três anos, eu nunca vi policiamento aqui nas ruas como acontece no centro”, desabafou.
Padre participará da mobilização pelo aumento do efetivo policial
O Padre Marcus Vinícius se dispôs a participar do movimento de sensibilização que as autoridades municipais pretendem realizar junto ao governo do estado, para tentar aumentar o efetivo policial na cidade.
“A gente pode fazer um abaixo assinado, a paróquia está à disposição para gente fazer isso nas missas e apoiar essa iniciativa”.