Moradores tiveram que sair de casa por recomendação da Defesa Civil
Os moradores do bairro São José, próximos à Lagoa das Palmeiras, relataram um acontecimento muito estranho ocorrido no último sábado, dia 25 de Novembro.
Diversas casas apresentaram rachaduras de grande extensão, após ouvirem um barulho semelhante ao estouro de um bomba. Alguns deles tiveram que sair do imóvel por recomendação da Defesa Civil de Arcos, que fez avaliações nas casas.
“À noite eu estava em casa com a minha irmã e a gente ouviu um estrondo; na hora eu pensei que fosse algum transformador da Cemig que tivesse estourado, mas eu achei estranho continuar com a energia…”, conta a inspetora escolar Maria do Rosário Bessas, moradora da rua Francisco Bernardes Primo, uma das casas atingidas pelo fenômeno.
“Olhei para todos os lados e não vi motivo nenhum do estrondo… pensei até que tivesse sido uma bomba soltada por algum vizinho. Aí nós saímos um pouquinho quando eu voltei eu percebi que as paredes que estão acesso à minha cozinha até a sala (…) estavam separadas por uma rachadura… Eu achei que fosse a dilatação do calor, porque eu já tinha tido há muito tempo um problema de uma pequena trinca do lado direito, mas quando eu observei ali do outro lado da parede, também estava com a trinca”, relata.
Estalos durante a noite
O barulho ocorreu por volta de sete horas da noite. Mais tarde, por volta de meia-noite, ela conta que ouviu alguns estalos, que pensava ser a dilatação do concreto. Ao descer pra verificar a situação, ela percebeu que as rachaduras aumentaram e muito, de extensão e largura.
“Passei a noite em claro porque eu não sabia o que tinha acontecido, fiquei com medo de ser alguma coisa que tava com desabamento que fiquei a noite inteira acordada e durante toda a noite eu ouvi estalos”, conta a moradora.
Família teve que deixar a casa durante a noite
Boa parte da vizinhança também sentiu o abalo. A dona de casa Kellen Telles, do lado de Maria do Rosário, viu a parede do banheiro se abrir como se fosse desabar. Ela chamou a Defesa Civil, que orientou a família a deixar o imóvel até uma avaliação mais precisa.
“Eram mais ou menos umas sete e meia, quando a parede do banheiro começou a ceder, quando deu aquele barulho, aquela explosão. Nós chamamos o proprietário da casa que veio e analisou e logo depois começaram as rachaduras na parte de cima. Eu fiquei com medo e nós chamamos os bombeiros. A defesa civil de Arcos veio e constatou as rachaduras. E eles pediram pra eu sair da casa, porque tenho crianças e estava perigoso. Nós fomos pra casa da minha mãe”, conta Kellen.
Segundo ela, os bombeiros chegaram por volta de duas horas da manhã e chegaram a presenciar os estalos que a inspetora escolar relatou.
Secretário de obras visita casas atingidas
Na manhã desta terça, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Lagoa da Prata informou que uma vistoria foi realizada no fim da última segunda-feira pelos profissionais da Secretaria Municipal de Obras.
O Secretário da pasta, o engenheiro Reginaldo Santos, falou com exclusividade para o Jornal o Papel e TV Lagoa. Confira abaixo o posicionamento do Secretário de Obras:
“Inicialmente as impressões da visita apontaram alguns fatores críticos. Vimos que realmente, ali na redondeza, aproximadamente sete casas apresentaram problemas. São trincas em geral e em uma situação específica a parede chegou a ceder. Mas as trincas e rachaduras normalmente aconteceram em pontos frágeis das residências, em trincas já existentes. É necessário salientar que, antigamente, se fazia muita construção assim, com emenda de dilatação. Pode ser que a casa em questão foi construída em várias etapas e, na grande maioria, são essas situações que favorecem para o surgimento de rachaduras”, avaliou o engenheiro.
“Vamos entrar em contato com o os profissionais da Meteorologia em BH e ver se conseguimos algum dado mais precioso que possa ajudar a esclarecer sobre essas rachaduras nas casas do bairro São José”, concluiu o Secretário de Obras.