Elizangela, 37 anos, vítima de agressão que levou à morte

A morte de uma mulher de 37 anos, em Lagoa da Prata, chocou a família e conhecidos pela violência empregada e pelas circunstâncias envolvendo o fato. A família veio a saber do ocorrido somente cinco dias depois da agressão que levou à sua morte, quando a vítima estava para ser enterrada em Belo Horizonte, como indigente.

Facebook

Uma postagem na rede social Facebook chamou a atenção para a presença de um helicóptero de resgate, que sobrevoou a cidade na sexta-feira, dia 17. Nos comentários, internautas informaram que tratava-se do caso de uma mulher que havia sido espancada por um rapaz próximo ao posto Lagoense.

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Post no Facebook sobre o helicóptero que sobrevoava Lagoa da Prata

 

Na quinta-feira, dia 16, Elizangela Bernardes Miranda, 37 anos, desempregada, saiu de casa no bairro Santa Helena, para ir até a casa do namorado e não voltou mais. De acordo com familiares, ela tinha costume de ficar alguns dias fora de casa, por isso o desaparecimento só foi notado no fim de semana. Conforme revelou a irmã, Magna Miranda, à reportagem do Jornal O PAPEL, apenas na terça-feira, dia 21, a família tomou conhecimento de que Elizangela estaria em Belo Horizonte, prestes a ser enterrada como indigente.

“Eu moro em Poços de Caldas. Esse final de semana eu estava em Lagoa, e no sábado, antes de eu ir embora, eu fui procurar por ela, na casa do namorado que chama Claudinho, porque na quinta-feira ela saiu daqui falando, ‘me leva lá na casa do Claudinho’, eu falei que não ia levar e ela disse ‘então eu vou a pé’ e foi”, conta a irmã, que continua. “Ela foi e não voltou, mas ela tem mania de ficar um ou dois dias na casa dele ou andando por aí. Chegou no sábado e nada. Eu falei com meu pai ‘ta demorando, to achando estranho’. Eu fui na casa do Claudinho e chamei ele, ele não quis atender. Aí depois no domingo ele veio aqui”, conta a irmã da vítima, Magna Miranda.

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O pai de Elizangela, Elio Miranda, contou que o rapaz esteve em sua casa no domingo e na segunda, chorava muito, e tentou procurar pela namorada nos locais que frequentavam.

“A Magna foi lá procurar ela, porque sempre ela fica lá na sua casa, anda…”.Segundo Elio, o namorado de Elizangela teria se demonstrado surpreso dizendo que “não é possível, todo mundo gosta dela, não pode ter acontecido nada não, tem que ir na polícia, Deus ajuda que ela tá viva ainda”. Sr. Elio explicou que preferiu continuar esperando e não procurou a polícia, mas na terça-feira ficou sabendo que a filha estava morta.  Antes, porem, ele pediu ao genro que fosse até sua casa, na segunda-feira para procurar a autoridade policial. O rapaz se ofereceu para procurar Elizangela pelos locais que costumavam frequentar, no bairro Chico Miranda, em uma matinha, segundo ele. O pai da vítima disse que o namorado chorava muito e revelou que Elizangela fazia uso de drogas.

A descoberta

A vítima teria saído de casa na quinta-feira, dia 16 de Junho, por volta de três horas da tarde. Como estava demorando a voltar, já há cinco dias, uma amiga foi procurar informações no Hospital São Carlos. No HSC, foi informada de que uma mulher que havia sido muito agredida na sexta-feira, havia sido levada para o Pronto Socorro do Hospital João XXIII em Belo Horizonte, em estado grave. Essa amiga disse à reportagem que havia levado inclusive uma fotografia de Elizangela, na esperança de que pudesse ser reconhecida, mas as enfermeiras disseram que a vítima do espancamento estava irreconhecível. O que possibilitou a identificação foi uma tatuagem com o nome do filho da vítima. Isso já na terça-feira, quando houve a informação de que a mulher, com traumatismo craniano, teria falecido naquele dia. Elizangela seria enterrada como indigente, já que até então ninguém havia aparecido. A família então foi até BH e fez o reconhecimento do corpo.

A irmã fez um apelo à população. “Eu gostaria muito de pedir a qualquer pessoa que tenha visto alguma coisa, que comunicasse à polícia, não precisa se identificar, pra chegar num esclarecimento porque fizeram uma covardia. Mataram uma menina que tem dois filhos pra cuidar e família, não é morador de rua…”.

Testemunha

Uma pessoa que não quis se identificar, disse que viu o acontecido. Segundo Magna, quando a família foi até o local da agressão, no bairro Monsenhor Alfredo, essa testemunha teria reconhecido a vítima, perguntando se se tratava da “namorada do Claudinho”. A testemunha contou que “um cara de boné e de bicicleta tinha batido demais nela lá”. O agressor ainda teria arrastado a vítima até o lado de uma caçamba de entulhos e atirou uma pedra contra a cabeça da mulher.

Elizangela foi sepultada nesta quinta-feira em Lagoa da Prata.

 A irmã, Magna, e o pai, Elio, esperam que o autor do crime possa ser localizado.

A irmã, Magna, e o pai, Elio, esperam que o autor do crime possa ser localizado.
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