O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais deflagraram na manhã da última sexta-feira, 05 de maio, a Operação “One Way”, que tem como objetivo identificar a prática de fraudes no credenciamento de fábricas e estampadoras de placas veiculares, além dos crimes de cartel, associação criminosa, prevaricação, lavagem de dinheiro, dentre outras práticas criminosas, em vários municípios da região Centro-Oeste do Estado. A investigação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Regional Divinópolis, da Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Divinópolis e da Corregedoria da Polícia Civil vem sendo realizada há 7 sete meses.
Foram cumpridos um mandado de prisão, 29 mandados de busca e apreensão, além de medidas de bloqueio de valores, sequestro de bens e suspensão das atividades das empresas investigadas. Os mandados estão sendo cumpridos em Divinópolis, Belo Horizonte, Itaúna, Formiga, Pará de Minas, Bom Despacho, Lagoa da Prata, Santo Antônio do Monte, Itapecerica, Itatiaiuçu e Itaguara.
São alvos da operação policiais civis, fábricas de placas veiculares, empresários e “laranjas”, que emprestavam os nomes para figurar nos quadros societários da empresa de forma a escamotear os reais proprietários dos empreendimentos.
A Operação One Way contou com a participação de seis promotores de Justiça, cinco servidores do MPMG e 70 policiais civis.
Pedido de exoneração
O delegado regional da Polícia Civil de Divinópolis, Leonardo Pio, e o delegado-geral da superintendência de informações e inteligência policial, Ivan Lopes, pediram afastamento de seus cargos de chefia para garantir transparência e imparcialidade nas investigações, conforme declararam à imprensa.
“Eu pedi exoneração do cargo comissionado no dia 05/06/2020”, disse o delegado Ivan Lopes à reportagem do Jornal O Papel essa semana. “Acho certo para dar total transparência à investigação. Ninguém está acima da lei. Todos nós, especialmente servidores públicos, estamos sujeitos a investigações em face de denúncias caluniosas. Tenho a consciência tranquila de que nada pratiquei de ilegal ou imoral. Não participei de nenhum processo de credenciamento de empresas estampadoras de placas. Isso não é minha função”, continuou.
“Acredito que a investigação será conduzida com isenção, apesar do exageros iniciais, e tudo será esclarecido. Acredito que a verdade virá. Tenho certeza que a justiça vai demonstrar que sou inocente. Agora aguardar com tranquilidade e serenidade”, continuou Ivan, que continua como delegado de polícia a serviço da Policia Civil de Minas Gerais, função para a qual é aprovado em concurso.
“A exoneração do cargo comissionado não interfere em minhas funções como delegado de polícia, pois é cargo efetivo, conquistado através de concurso público”, disse.
Ainda sobre as investigações, reforça que está à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários.
“Não participei de qualquer esquema ilícito e, certamente, com o desenrolar dos fatos, assistiremos à comprovação da verdade. Lamento pelo sofrimento que tal notícia trouxe à minha família e amigos. Mas como bem disse Jean-Jacques Rousseau: “A inocência não se envergonha de nada”.
Confio na isenção e imparcialidade do Ministério Público e da Polícia Civil de Minas Gerais, que conduzirão os procedimentos com lisura e independência que sempre nortearam às instituições”, concluiu.