Após Walcyr Carrasco confessar em uma live que, de fato, acabou ‘matando’ a personagem de Marina Ruy Barbosa em ‘Amor à vida’, depois que a atriz se recusou a cortar os cabelos para uma nova fase, a ruiva resolveu se pronunciar sobre o assunto novamente e garantiu que sua decisão, na época, foi bem pensada.
“Não foi uma decisão irresponsável, muito menos leviana. Após uma longa conversa com a direção da emissora da época, chegamos juntos a essa conclusão, de que não fazia sentido pela forma como tudo estava sendo tratado”, diz Marina, que na ocasião interpretava Nicole, uma jovem diagnosticada com câncer e que teria que passar por uma quimioterapia.
Segundo Walcyr, não teve outra saída se não matar a personagem, porque Marina avisou em cima da hora que não cortaria as madeixas. “Quando ela aceitou o papel, ela tinha combinado que cortaria o cabelo. Tinha combinado verbalmente que cortaria quando aceitou o papel. Ela foi fazer o papel e a história foi chegando. Ela não avisou com tanta antecedência que não ia cortar. Se ela tivesse, a certa altura, avisado com muita antecedência, eu teria sabido orientar a história para outro lugar.”
Marina, por sua vez, lamentou que na época os atores não tinham acesso direto aos autores como acontece hoje em dia. “Uma pena que na época não tive ‘acesso’ e não pude falar diretamente com o autor. Nunca nos falamos, nem no momento em que fui chamada pra novela, durante o trabalho ou depois de tudo. Uma pena não ter tido a chance de conversar e entender o que se passava na cabeça do Walcyr.”
A ruiva ainda garante ter desistido de cortar os cabelos porque a personagem acabou tomando um rumo diferente do que lhe foi informado inicialmente. “Nunca falei sobre isso e sei que o que não faltam são histórias bem distantes da verdade. Aproveitando a fala do Walcyr, ‘desisti’ pois o que tinha sido combinado e dito pra mim sobre a história, sobre a personagem, não foi feito. Do lado de cá, com as informações que eu tinha, de uma coisa estava certa: como atriz, não queria só o sensacionalismo. E como menina/mulher aos 17 anos, só valeria à pena se fosse pra tratar da doença com muito respeito e atenção, e fazer uma ação social sobre câncer linfático.”
Por fim, a atriz ainda se disse satisfeita por ter tido a capacidade de questionar as decisões do autor. “Admiro a minha coragem de questionar, de me arriscar e enfrentar tudo que aconteceu depois, mesmo há oito anos. Acho que muita coisa mudou de lá pra cá, e hoje ninguém é mais inacessível e essas hierarquias são tratadas de uma forma bem mais saudável nos ambientes de trabalho.”