A glamourosa Ibiza é o cenário da temporada inédita de “Vai Pra Onde?”, que começa no próximo dia 28, às 18h, no canal a cabo Multishow . Sob o comando de Bruno De Luca e produção da Lucky Play, a atração, exibida às quartas, promete focar dicas para uma viagem turística sustentável e consciente, para quando a pandemia passar. O roteiro ainda inclui a Ilha de Formentera e aventuras pelo lado cultural e hippie do arquipélago, com visitas às feiras e aos lugares que refletem o espírito livre, marcante na região.
Além da “forcinha” da modelo Celina Locks, que é casada com o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, as gravações contaram com uma equipe local e seguiram todas as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar o avanço da Covid-19 e preservar a saúde dos envolvidos. A fim de saber tudo o que rolou nos bastidores — inclusive, um perrengue em alto-mar —, a Coluna Marcelo Bandeira bateu um papo com o ator e apresentador, que está à frente do programa há mais de 10 anos. Confira a entrevista!
1. Você já conhecia Ibiza?
Conheço. Desde que fui pela primeira vez, nunca mais deixei de ir. Fiz muitos amigos lá, todo verão vou para Ibiza e fico na casa de alguém conhecido. Inclusive gravei o “Vai Pra Onde?” lá em 2012.
2. A gravação foi durante um momento de relaxamento da quarentena no local? Quais foram os cuidados e as medidas de prevenção adotados?
Logo no início da pandemia, a Espanha fez um lockdown sério, que foi muito respeitado. Então, quando viajei para lá, muitas coisas já estavam liberadas e abertas, como restaurantes, praias, andar pelo centro, sempre com a recomendação do uso de máscara, e sem aglomerações. Tivemos sempre um grande cuidado com o uso do álcool em gel, e toda a equipe, que já é enxuta, realizou testes da Covid-19. Eu fiz quando saí do Brasil e novamente lá, antes de começar a gravar. No término das gravações, refizemos para ter certeza de que estava tudo bem. Mas a Espanha já estava mais organizada nessa fase da pandemia, estavam usufruindo do lockdown mais sério que realizaram no início. Agora, vi que estão fechando as coisas novamente, com medo de uma segunda onda.
3. Houve algo que surpreendeu você ou o emocionou durante as gravações no contexto atual?
Tudo foi muito surpreendente. Nas minhas viagens anteriores para lá, sabia que havia praias desertas e afastadas, mas sempre tinha muita festa, e eu não resistia — achava uma perda de tempo conhecer os lugares mais isolados. Agora, durante a pandemia, como o contexto não é propício, fui conhecer essas praias, o mercado hippie, que é mais aberto, locais tradicionais e históricos de Ibiza que eu não tinha conhecido antes. Então, foi emocionante ver a cidade que amo com outros olhos, foi bem diferente. Também me emocionou conhecer a Ilha de Es Vedra, um dos lugares mais magnéticos do mundo. Você sente uma energia surreal ao se encostar à pedra, foi incrível. Fomos até lá em um bote motorizado que falhou. Foi emocionante, mas deu certo medo.
4. O que mais chamou sua atenção na experiência de mostrar os desafios de explorar um lugar neste momento?
Eu sou uma pessoa muito social, e o “Vai Pra Onde?” sempre girou em torno de conhecer pessoas e mostrar os locais e como se relacionam. Isso foi diferente. Fiquei também impressionado com o quanto elas respeitam as leis impostas. A praia podia ficar aberta só com distanciamento, e isso era seguido à risca. Não havia aglomeração. Senti as pessoas muito otimistas, sem drama.
5. Para você, o que mais se destacou na cultura local?
Muita coisa me impressionou, mas, sobretudo, a presença dos hippies em uma parte da ilha que não conhecia. Nos anos 1950, eles foram para Ibiza e se deram muito bem com as pessoas da região, rolou uma sinergia. Os moradores locais viraram hippies, e os hippies se tornaram locais. Logo, existe um ritmo próprio de Ibiza, que é diferente. Até a equipe local com quem gravamos tinha um ritmo próprio, que me influenciou e me deixou mais calmo. Percebi que as coisas lá se dão em outro tempo, me adaptei, e isso me deixou admirado. Também me impressionaram construções dos Fenícios dos séculos 7 e 8 antes de Cristo. Amo ver essa cultura das primeiras civilizações, então foi muito impressionante ver que Ibiza, apesar de ser supermoderna, apresenta essa história de tantos mil anos.
6. Quais as curiosidades da gastronomia local?
Na gastronomia tem muito pescado do Mar Mediterrâneo. Então, para eles, camarão é barato, tudo do mar é muito farto, muita salada também. Outra coisa que me impressionou foi queijo de cabra, eles têm mania, tem em tudo, até nos fast-foods famosos tem sanduíche de queijo de cabra.
7. Entre os locais visitados, quais foram os que mais marcaram você e por quais motivos?
O que me marcou muito foi a visita à Ilha de Es Vedra, com a pedra magnética, que é um dos lugares com mais energia do mundo. Tem também a praia Sodré, que os hippies apelidaram de Atlantis porque os lembra da cidade perdida (que, na verdade, fica submersa na Grécia). Adorei também conhecer beach clubs mais locais — não os conhecia porque, nas viagens anteriores, sempre frequentava os mais famosos. Fui a clubes como o Alma Beach, que se localiza em uma praia mais central. Todos seguindo rigorosamente as orientações dos órgãos de saúde. Também gostei muito de conhecer os hotéis mais novos que não são tão mainstream, como Los Enamorados, que fica em uma área no Norte onde os hippies moram. Adorei dormir em Formentera; em viagens anteriores, só conheci a praia de lá. Não sabia que tinha asfalto e que era tão grande. Fiquei impressionado com o lugar e achei muito diferente de Ibiza. Gostei muito do mercado hippie, que, além dos trabalhos dos hippies, também tem música, gastronomia, e é ainda um ponto de encontro para conhecer gente nova e alto-astral. Também adorei conhecer o aquário. Ele fica no meio de uma caverna, que era utilizada antigamente por pescadores para armazenar lagostas e peixes que depois seriam vendidos. Essa caverna se transformou no aquário de Ibiza, onde vi peixes que nunca vi na vida — camarão minúsculo, lagosta gigante. Foi muito interessante.
8. Você passou algum perrengue durante as gravações? Se sim, como foi?
No dia em que fomos para a Ilha de Es Vedra, estávamos de bote motorizado. Na hora de voltarmos, o motor falhou, ficamos presos em alto-mar por dez minutos tentando resolver. Não tínhamos plano B para voltar, ninguém para nos resgatar, passamos por um sufoco. Outro perrengue foi quando o drone deu algum problema e afundou na água. Eu pulei para pegá-lo lá embaixo, no mar, e consegui salvar o cartão de memória.
9. Como foi seu contato com a população local?
Mesmo com o distanciamento, pude conhecer pessoas muito legais que entrevistei — sempre com muito cuidado e cumprindo os protocolos. Na Europa, os moradores já são mais distantes, e agora estão se cumprimentando com cotovelos e “soquinhos”. Mesmo assim, conheci muita gente legal, foi superinteressante. Vocês vão ver tudo no programa. A Celina, mulher do Ronaldo (Fenômeno), me ajudou com muitas dicas. Eles dois moram em Ibiza durante boa parte do ano. Ela é apaixonada pela ilha e por sua história, e visita vários lugares escondidos, que só os locais conhecem. Muitos lugares em que a gente gravou, que são mais acessíveis e na natureza, foram indicações dela — que, inclusive, aparece nos créditos de agradecimento, porque fez uma boa parte da produção e pesquisa.
10. Quais dicas você daria a quem pretende viajar para Ibiza neste momento em que o distanciamento ainda é muito necessário?
O conselho que dou é cumprir as regras. Se desobedece às regras ou anda na rua sem máscara, eles multam você. Procure lugares baratos, porque o euro está muito alto. Logo, não é possível ser muito extravagante. Acho que o atual momento, para a maioria das pessoas, é de desapego e de consciência da sociedade e do planeta. É hora de entender que precisamos nos cuidar. Se você viajar com esse pensamento, dá para gastar pouco, se contentar com pouco. E siga as dicas do “Vai Pra Onde?” para se dar bem!