O ex-participante do programa culinário Bake Off Brasil, Murilo Marques usou sua conta no Twitter na madrugada deste sábado, 24, para relatar os abusos que sofreu durante um encontro com um outro rapaz marcado pelo aplicativo de namoro, Grindr.
No relato, ele conta que tinha marcado um encontro na sua casa no último dia 21. Nos tweets, ele relata que eles começaram a se beijar e no meio do ato, o outro homem disse que era um garoto de programa e que precisava receber o pagamento.
Quando o engenheiro químico anunciou que não tinha dinheiro e que não sabia que aquilo seria um encontro pago, e que “se soubesse nem tinha chamado”, o outro sacou uma máquina de cartão e disse que aceitava o pagamento dessa maneira.
Murilo se recusou a pagar e nesse momento que começaram as agressões, além disso, ele também, notou que estava dopado por algo que o homem colocou em sua bebida. “”Ele me forçou a passar a senha na máquina de todos os meus cartões, tentei recusar e nessa hora ele desferiu um soco na minha cara”, relatou.
Mesmo com a dor e dopado, o ex-participante do Bake Off Brasil convenceu-o a ir até um caixa eletrônico. Quando estavam saindo, o agressor o obrigou a cheirar cocaína. “Ele insistia e ameaçava quebrar meu braço se eu cheirasse”, escreveu.
Logo após esse evento, ele foi jogado na cama e estuprado por seu agressor. “Só lembro dele me estuprando com mão enquanto eu me debatia. Não sei quanto tempo durou, não sei o quanto eu resisti, mas fui estuprado.”
Após o crime, ele desmaiou e não sabe quanto tempo ficou apagado. Ele juntou as forças que restavam e chamou o vizinho pelo Whatsapp para avisar o namorado o que tinha acontecido (os dois tem um relacionamento aberto).
“Eu estava incapaz de entender o tamanho do estrago. Notei compras no débito na caixa, Itaú e Nubank. Eu chorava muito, me senti sujo, culpado, me senti um lixo mas sabia que a saga não tinha terminado, precisava ir à delegacia fazer BO.”
Sem medo de correr atrás de justiça
Depois de todo o sofrimento, Murilo ainda teve todo o dinheiro que ele tinha guardado, algo em torno de 40 mil reais roubados e tenta a todo custo ter o dinheiro de volta.
“A própria técnica da Caixa me disseram que é praticamente impossível o banco desfazer as transações. Aparentemente para os bancos pouco importa se você foi dopado e estuprado. Pouco importa as transações suspeitas em sequência e os valores altos, ou se sua integridade física foi ameaçada, se você entregar sua senha, problema seu. Não reaja em assaltos, mas se for pra pegar sua senha reaja sim, você está sozinho! Eu quero muito estar errado sobre isso.”, desabafou no Twitter.
Murilo se recupera com a ajuda da família, namorado e amigos. Muito traumatizado após o ocorrido, Marques tem medo de não recuperar suas economias e ter sua casa tomada pelo banco.
“Meu namorado é a melhor pessoa do mundo e está do meu lado me guiando, ajudando, apoiando, tenho também minha família pra me dar apoio, tenho todas as ferramentas para superar isso. Mas no momento eu estou apavorado, o mesmo banco que me disse que não era para eu ter esperanças do estorno, está prontíssimo para tirar minha casa se eu não pagar prestação do financiamento. Tenho dívidas com lojas de construção, com marmoraria, com marceneiro, nós estávamos montando nosso lar!”.
Ele encerra dizendo que decidiu compartilhar o relato, para que outras pessoas não passassem pelo mesmo que ele. “Compartilhar isso sem medo, sem vergonha, apesar de me sentir humilhado e culpado eu SEI que sou uma vítima, eu TENHO que superar. Me ajudem a espalhar esse relato, façam chegar aos bancos. Eu não estou pedindo para ganhar dinheiro, eu só preciso que eles devolvam o que é meu e que foi tirado de mim durante um crime.”