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O Prefeito de Luz, Ailton Duarte, o assessor de comunicação da Prefeitura de Luz, João Henrique e representantes da ACASF – Associação dos Canavieiros do Alto São Francisco, Gustavo de Carvalho e Célio de Carvalho, estiveram em reunião com a diretoria do DER-MG (Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais), na manhã desta quarta-feira, dia 15 de fevereiro, para tratar da finalização das obras da ponte de concreto sobre o rio São Francisco, entre os municípios de Lagoa da Prata e Luz.

Prefeito de Luz, Ailton Duarte, Célio e Gustavo de Carvalho e o diretor do DER, Djaniro Silva, reunidos na manhã desta quarta, 15 de fevereiro

Eles foram informados de que não há problema de falta verba para conclusão da ponte. “O que ocorreu foram problemas técnicos com a COWAN mas não afirmaram quais”, explicou o presidente da ACASF – Gustavo de Carvalho.

“O DER afirma que convocará em no máximo quinze dias a segunda colocada na licitação para concluir a obra. Previsão de reinicio em trinta dias”, continuou.

A principio a prioridade será concluir a ponte e depois as partes que faltam do asfaltamento da rodovia, mas ainda não existe previsão de prazo para término da obra. “Neste período a ponte será interrompida ao trafego de veículos, alguns dias antes do inicio das obras por questões técnicas”, afirmou.

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Nova interrupção da passagem

 

Produtor posiciona camionete em frente à máquina para impedir fechamento da ponte.

Na última quinta-feira, dia 09 de fevereiro, o DER promoveu nova interdição da ponte de concreto, mas a ação foi contestada por usuários da via que chegaram a se posicionar em frente à máquina para impedir o fechamento da rodovia.

A Polícia Militar foi acionada para evitar maiores transtornos e garantir a segurança das pessoas no local.

Na ocasião, o  presidente da ACAF, Gustavo de Carvalho, disse que os usuários não permitiriam o fechamento da ponte

“É triste a situação, lamentável que a gente tenha que estar aqui novamente, perdendo tempo, deixando de trabalhar, parando nossas atividades em função disso aqui. Os funcionários do DER estão fechando a ponte novamente, cumprindo o dever deles, receberam uma ordem e são funcionários, mas a gente decidiu que eles não fizessem isso com a gente calado. Embargamos aqui a máquina deles, a pá carregadeira que estava colocando os tapumes, a polícia foi chamada, fez a ocorrência da nossa reivindicação, pacificamente, com tranquilidade e cumprindo nosso objetivo que é ir bombardeando as autoridades com nosso protesto, pra ver se a gente é ouvido e a solução venha em definitivo”, disse.

“O DER vem e fecha, os usuários vem e abrem. Eles não tem condições de fiscalizar a ponte vinte e quatro horas, o que o DER tem que fazer, sinalizar, coisa que eles não fizeram, e quem passar que assuma a responsabilidade. Nós temos duas pontes e na verdade não temos nenhuma”, desabafou.

Ponte de ferro também oferece riscos, segundo Gustavo

Gustavo de Carvalho, presidente da Acasf, diz que a ponte de ferro é mais perigosa que a de concreto.

“A ponte de ferro na verdade está mais insegura que essa de concreto inacabada”, discorre o presidente da Acasf. ”Fica esse impasse e a população é que sofre, se acontecer um acidente aqui na ponte de concreto ou na ponte de ferro, de quem é a responsabilidade? “, questiona.

Segundo Gustavo, os funcionários do DER (que não quiseram gravar entrevista) informaram que há uma ação do estado contra a Cowan, empreiteira responsável pela obra. “A gente não sabe os termos dessa ação e por conta disso parece que vai ter uma nova licitação pra reaver a obra”, finalizou.

Falta de apoio

Gustavo reclama também da falta de apoio das autoridades políticas para ajudar a resolver o problema. “Tem algum político aqui? Eu não estou vendo nenhum. Quem nos deu ouvido até hoje foi o prefeito de Luz, o Ailton, que inclusive conseguiu uma audiência com a diretoria do DER em Belo Horizonte, pra ver se a gente sai com alguma coisa”.

 

PM foi chamada para evitar transtornos

Tenente Flávio Andreote, da PM, diz que manifestação foi pacífica e ordeira.

“Nosso objetivo aqui é realmente manter os direitos de ambas as partes. A gente sabe da solicitação ordeira e da demanda social da melhoria da qualidade viária e nosso objetivo é garantir esse direito de manifestação e a atuação dos órgãos estaduais”, informou o Tenente Flávio Andrete, da PM, que esteve no local acompanhando a movimentação.

Segundo ele, não há registros de acidentes envolvendo o tráfego na rodovia. “A demanda aqui é realmente referente à necessidade de efetuar o término da obra. As ocorrências mais corriqueiras aqui são referentes à essa demora no término”.

 

Prejuízos se acumulam, dizem representantes dos produtores rurais

Manoel Miranda, presidente da Cooesteios, fala sobre os prejuízos.

O presidente da Cooperativa Agropecuária de Esteios, Manoel Antonio Borges de Miranda, diz que com a interdição da ponte, trajeto para entrega de leite aumenta em mais de cem quilômetros.

“Como diretor da cooperativa, falo que nós somos prejudicados, temos cinco caminhões que fazem a captação de leite. Tem caminhão que pega leite na fazenda aqui ao lado, tem que ir lá em Luz, depois vai em Moema pra depois chegar em Lagoa da Prata, acarretando uma média de cem a cento e dez quilômetros a mais por dia. Um caminhão cobra em torno de R$ 2,80 por quilômetro, o que acarreta um prejuízo bem grande pelo tamanho da cooperativa. Conversando com o diretor da Embaré, ele me disse que isso está acarretando para a empresa um prejuízo de R$ 150 mil por mês, cerca de R$ 1,8 milhões ao ano, que seria dinheiro suficiente para terminar a ponte. Viemos aqui fazer o protesto, para ver o que pode ser feito, está ficando uma situação de calamidade pública, é uma falta de respeito muito grande com o usuário”, revela.

 

O professor e advogado, Otaviano de Oliveira, presidente da Cooperprata, vai além e culpa o governo do estado pela lentidão no processo de conclusão da obra.

Dr Otaviano está indignado com a inércia do estado e diz que governador deveria ser preso.

“Quando você vê um governante altamente suspeito de corrupção, na iminência de ser preso, abusando de autoridade e zombando da população de Lagoa da Prata, de Luz e de Esteios, e de toda a região, que envolve aí umas trinta, cinquenta cidades, o que esse governador está fazendo em termos de omissão… a gente tem só que lamentar e torcer pra não demorar que esse pessoal da Lavajato coloque logo esse homem na cadeia, que é o que ele precisa, isso é um marginal esse Fernando Pimentel, um bandido”, desabafa.

Sobre o prejuízo causado pela interdição da ponte, ele diz que é maior que o anunciado

“Nosso prejuízo é muito grande e você coloca nisso uma cadeia que envolve transportadores, produtores rurais, o Manoel acabou de explicar. Ele foi até generoso com relação ao frete, que na verdade está hoje a R$ 3,05, então você imagina um percurso de 110 quilômetros a mais, o tamanho do prejuízo que ele gera para Cooesteios, para a Cooperprata, para a Embaré…”, finaliza.

Carro do DER acompanha fechamento da rodovia.

Momentos após o fechamento da ponte pelo DER, a via já estava novamente liberada e motoristas continuam transitando pelo local, que ainda demanda a cobertura do piso e a finalização das defensas laterais de segurança.

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