O ex-Trapalhões Dedé Santana, 83, que recentemente se envolveu em polêmica após visitar o presidente Jair Bolsonaro com mais artistas e personalidades, saiu em defesa da atriz Regina Duarte, nomeada como secretária da Cultura e também reconheceu que acha o presidente uma pessoa “muito legal”.
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Em entrevista para a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo , o comediante disse ainda que já conhecia Bolsonaro e que já havia ido várias vezes à casa dele. Segundo Dedé Santana , o presidente “conversa assim: ‘Porra, Dedé, caralho, bicho, tô fodido aqui’. É um cara, assim, povão mesmo”, relata.
Questionado sobre a polêmica envolvendo a visita ao presidente e a questão das meias-entradas, já que ele esteve presente quando cantores sertanejos defenderam o fim da cobrança especial para estudantes, idosos e demais que têm direito hoje, o ex-integrante dos Trapalhões disse se tratar de um mal-entendido e que ele estava lá para tratar de questões sobre o circo, não as meias.
“Veio um cara e falou que era contra a meia-entrada. Achei um absurdo. Vou fazer 84 anos, pago meia! Fiquei puto [risos]! Aí o que a imprensa fez? Me atacou injustamente. Falou que o Dedé apoia a extinção da meia-entrada. Porra, não falei nada. Eu só estava vendo, e não concordando”, explica.
Em defesa da nomeação para a Secretaria da Cultura, Dedé diz ser muito amigo de Regina Duarte, que assumiu o cargo no último dia 29 de janeiro e diz achar que “Ela vai arrumar muita briga com isso, muita dor de cabeça. Só de levantar a bandeira do Bolsonaro ela arrumou 500 inimigos no meio. O próprio Zé de Abreu está malhando ela”, lembrou.
“A gente tem que respeitar. Ela é o mito da TV. Pra mim, o Pelé da televisão chama-se Regina Duarte . Ela foi namoradinha do Brasil não é à toa. Ela começou essa merda tudo em preto e branco, ralando. Pô, tem que valorizar”, pede o ex-Trapalhões.
Dedé diz que, além de Bolsonaro, gosta também de chefes de ministérios do governo atual. “Gosto do Guedes. Gosto do Moro . E gosto do Bolsonaro, pronto [risos]. Gosto dele. Até me provarem o contrário, né?”, afirma o ator, que completa “Um amigo falou: ‘Pô, você foi no encontro [com o Bolsonaro], é capaz de você estar na peça e um petista ir lá e te vaiar’. Paciência. Quer vaiar, vaia. Graças a Deus nunca aconteceu”, relatou.
Segundo o ator, o politicamente correto “amordaçou os comediantes”. “A gente brincava com bicha, mas não era pra sacanear. Era brincadeira. Hoje não pode. Como vou falar ‘um negão’? Não dá. Hoje tem que falar afrodescendente. Pra pedir um doce eu me policio. ‘Me dá uma nega maluca’. Porra, [se eu disser isso] tô em cana. Tem que falar: ‘Me dá uma afrodescendente desmiolada!’ [risos]”.
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Ele, no entanto, muda o tom quando é questionado sobre o especial de Natal do Porta dos Fundos . Evangélico, ele pondera entre a liberdade e a necessidade de fazer piada com Jesus: “Vai mexer com Jesus, Deus e essas coisas? Apesar que também acho que Deus não está se incomodando com isso. Acho que não tem necessidade. Sei lá”, disse.