Fibromialgia é uma síndrome na qual a pessoa sente dores por todo o corpo durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, músculos, tendões e outros tecidos. Junto com a dor, também causa fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão e ansiedade.

A Câmara de vereadores de Lagoa da Prata aprovou, na reunião do dia 10 de Junho último, o requerimento número 98/2019, que determina a realização de uma audiência pública sobre o tema, a ser realizada no próximo dia 30 de Julho. Deverão participar do debate médicos, psicólogos, enfermeiros, pacientes com a síndrome e o secretário municipal de saúde.

A intenção é fomentar na cidade a discussão sobre o problema e fomentar a organização de uma associação para amparar as pessoas que sofrem desse mal.

É o caso por exemplo da lagopratenses Cássia Teotônio Oliveira, que tem a fibromialgia e desenvolve uma campanha nas redes sociais para sensibilizar as pessoas. Em seu perfil no Instagram, ela veicula um depoimento revelando falando sobre sua doença onde ela diz que “troquei o descaso sobre a doença por determinação”. Na mensagem ela diz que luta por qualidade de vida e pelo reconhecimento da síndrome.

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Para a redação do Jornal O Papel, ela explicou um pouco mais sobre o que a síndrome provoca no paciente, a partir de sua própria experiência:

Cássia Teotônio, lagopratense diagnosticada com a síndrome em 2011 e que luta para organizar uma associação em LP.

“A fribromialgia é uma doença que provoca dor em todo o corpo. É uma dor intensa, ora moderada e pode ter crises de te deixar na cama. Você se sente cansado, com extrema fraqueza, a mente não funciona muito bem, você tem muitos esquecimentos, às vezes a crise afeta por partes e faz a dor se estender por todo corpo, por exemplo, começa com uma dor intensa na coluna e irradia por todo o corpo. Até os fios de cabelo doem na gente. É uma dor presente 24 horas no nosso corpo, um dia você pode estar muito bem e no outro pode não estar”, explica Cássia, que conta que há casos em que o preconceito se faz presente.

“É uma sensação muito ruim, de cansaço extremo, às vezes as pessoas que nos olham não imaginam o nosso sofrimento. Às vezes somos julgados, apontados como manhosos, preguiçosos, mas a dor é real e provoca inclusive uma dor emocional, que é onde a pessoa pode desencadear a depressão”, continua. Sua pretensão é aglutinar as pessoas que sofrem do mal para se organizarem e constituírem uma entidade de apoio aos portadores da síndrome.

“A Anfibro – Associação Nacional de Fibromiálgicos e doenças correlacionadas (do sul do país) nasceu de uma conversa entre portadores da fibromialgia nas redes sociais, onde resolveram criar uma associação para ajudar, apoiar e conscientizar a todos. Pela voluntariedade das pessoas e com o apoio das famílias é a primeira associação nesse sentido registrada no Brasil. É nesse foco que nós estamos hoje, de que num futuro bem próximo nos tenhamos uma associação aqui em Lagoa da Prata. Eu espero que isso possa acontecer e que realmente nós consigamos promover essa ajuda para todos que necessitam“, finaliza.

A audiência pública está programada para começar às 18 horas e é aberta a todos que quiserem assistir.

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