Chefe da organização criminosa tem mais de 200 anos de condenação e recrutava mão de obra em Lagoa da Prata/MG
Na manhã desta terça-feira, 10 de setembro, a Polícia Civil de Minas Gerais, através da Delegacia de Polícia de Lagoa da Prata, em parceria com o Ministério Público, deflagrou a operação “Reação em Cadeia”. A ação visou o cumprimento simultâneo de mandados de prisão preventiva e mandados de busca e apreensão em diversas cidades: Lagoa da Prata (5), Formiga (1), Belo Horizonte (1) e Francisco Sá (1). Esta operação é um desdobramento de uma investigação complexa iniciada em janeiro de 2024.
Modus Operandi
A investigação revelou a estrutura e as atividades de uma organização criminosa responsável por, pelo menos, três roubos com restrição de liberdade das vítimas em Lagoa da Prata. Os roubos ocorreram nas datas de 25 de janeiro (uma vítima), 22 de fevereiro (duas vítimas) e 13 de março (três vítimas).
Os crimes eram arquitetados e coordenados por presos da Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá, segundo informações do delegado de polícia de Lagoa da Prata, Ivan José Lopes. Durante os roubos, os executores, recrutados em Lagoa da Prata, recebiam orientações em tempo real de indivíduos condenados a centenas de anos de prisão. Esses presos também indicavam as contas bancárias para onde os valores subtraídos deveriam ser transferidos, e os proprietários dessas contas recebiam uma porcentagem do produto do crime. Um dos beneficiários identificados é um colombiano residente em Formiga/MG.
A investigação também descobriu como os celulares foram introduzidos na Penitenciária de Francisco Sá. As vítimas eram atraídas para as emboscadas em Lagoa da Prata por meio de falsas negociações de venda de bens valiosos (como máquinas pesadas, aviões e carretas), realizadas diretamente pelos presos que se faziam passar por empresários.
Conclusão
A operação, coordenada pelo delegado Ivan José Lopes e com a participação do promotor de justiça Pedro Henrique Pereira Correa, também contou com a imposição de outras medidas cautelares pela juíza Sophia Goreti Rocha Machado, da 1ª Vara da Comarca de Lagoa da Prata. Durante o terceiro roubo, duas mulheres foram presas pela Polícia Militar logo após utilizarem cartões bancários de uma das vítimas, e um dos executores do roubo foi preso em flagrante.
Um dos alvos da operação, preso na noite da última sexta-feira, é acusado de tentativa de latrocínio contra um caminhoneiro ocorrido em 5 de setembro, evidenciando sua periculosidade. O líder da organização criminosa, preso na Penitenciária de Francisco Sá, possui condenações que somam 260 anos de prisão, enquanto outros membros têm condenações próximas a 100 anos. Um dos executores dos roubos, atualmente procurado, era menor de idade durante os dois primeiros crimes, mas completou 18 anos antes do terceiro. Outro adolescente, atualmente com 17 anos, também participou do segundo roubo.
O nome da operação, “Reação em Cadeia”, faz referência à atuação dos criminosos a partir da prisão e à resposta subsequente das autoridades. Participaram da operação policiais civis de Lagoa da Prata, Bom Despacho, Santo Antônio do Monte, Formiga, Belo Horizonte e Montes Claros.