O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Lessandro Gabriel da Costa, argumenta que a prefeitura precisa ter a propriedade dos lotes primeiro para desenvolver um projeto de recuperação do parque. Ele diz que o local corre risco de ser assoreado e virar depósito de lixo caso a permuta não seja autorizada pelo Legislativo.
O PAPEL: Qual a intervenção que a Prefeitura pretende fazer no Parque dos Buritis?
Lessandro: “A área do parque dos buritis, basicamente é uma área que está na área central de Lagoa da Prata hoje, é uma área que já vem ao longo dos anos se arrastando a questão de se criar um parque, ecologicamente falando, naquela área próximo à José Bernardes Maciel, entre o centro e o bairro Marília, então a importância de se criar ali um parque ecológico, dentro essa área que é uma área de preservação permanente, é de que o município possa fazer ali alguns tipos de intervenções (…).
A gente sabe do valor ecológico de várias espécies que habitam ali, várias aves, vários tipos de pássaros e répteis que está inseridos ali naquela área e tem que ser protegidos. E automaticamente a gente tem tido o enfrentamento de algum tipo de degradação ambiental na própria área, por ser área particular, o município não tem como intervir, não tem como de repente investir o recurso público numa área que não é do município ainda.
Nossa intenção quando a área se tornar do município, é que ali faça acontecer realmente um parque ecológico, um parque todo bendizer estruturado. A questão da urbanização em volta desse parque que seria iluminação, a parte de asfalto ou de calçamento das ruas adjacentes pra proteger a questão de assoreamento, lixo, que é jogado ali indiscriminadamente pelas pessoas e de repente está contaminando o próprio lençol freático (…).
O Papel: Já existe algum projeto para estas intervenções?
Lessandro: “Quando a gente fala em projeto, o município não tinha como fazer um projeto específico para uma área que não era do município. Se você pegar hoje um lote de uma pessoa, por exemplo, e tentar fazer um projeto, é um projeto que vai demandar custo pro município. Agora existe um pre-projeto, existem estudos de alunos, de pessoas que estudaram dentro dessa linha de âmbito da questão ambiental e fizeram alguns tipos de planejamento que a gente possa talvez de repente aproveitar esses planejamentos para que a gente possa criar ali um projeto que seria o projeto piloto (…), mas pra gente criar um projeto primeiro a área tem que ser do município (…).
O PAPEL: Levando em consideração essa preocupação de se ter primeiro a propriedade dos terrenos, para poder se fazer a intervenção e mesmo se pensar num projeto, a proposta de permuta que está na Câmara considera inicialmente apenas uma parte dos lotes que estão ali. Vai portanto haver necessidade de se fazer a permuta ou aquisição das outras partes, dos outros terrenos para se fazer essas intervenções?
Lessandro: Claro, acho que a partir do momento que você começa a trabalhar em cima de alguma coisa para construir, acho que você tem que construir a base, de repente se a gente tem uma proporcionalidade, se já tem um número suficiente de área pra você começar a trabalhar, já tem vários tipos de ações que você pode conseguir, talvez através de recursos do governo estadual e federal, buscar também esse tipo de orçamento, talvez que o município não teria no momento, ou talvez de repente seria um orçamento muito alto pro município, pra fazer um parque ecológico claro que vai demandar a questão de recursos, e isso a administração está disposta a correr atrás, buscar recursos também onde for preciso, tentar buscar essas formas de parceiros dentro dessa questão ambiental que possam empregar ali algum tipo de recurso e que ele seja bem empregado (…), gradativamente, acho que tudo que a gente começa a gente começa da base. Então a partir do momento que você tiver uma base já de processo de liberação da área, já fica mais fácil você começar a trabalhar coisas futuras (…)”.
O PAPEL: Como foi feita a escolha desses primeiros terrenos para serem permutados? Qual foi o critério utilizado?
Lessandro: “Os primeiros terrenos, da questão da negociação do parque dos buritis, basicamente surgiu através de demanda que na justiça já existia algumas ações dos próprios proprietários que compraram esses imóveis há mais de vinte anos atrás e que pagaram seus impostos e que tentaram de alguma forma ali consolidar algum tipo de empreendimento, de imóvel, e que infelizmente a questão ambiental, ou felizmente, acho que a palavra melhor é essa, a questão ambiental fica em primeiro plano. A gente ta tentando resguardar pra geração futura uma área que poderia sim ser de grande valia pras pessoas futuras que estão pra viver nessa cidade. Acho que é importante a gente saber que lá na frente a gente vai sentir essa valorização de preservar a área ali pra futura geração”.
O PAPEL: Caso a permuta não aconteça, que consequências você acredita que isso pode trazer ao meio ambiente de Lagoa da Prata?
Lessandro: “A gente espera realmente que a questão da área possa ser levada em consideração, que é uma área de relevância para o município de Lagoa da Prata, como eu disse basicamente ali tem a função do pulmão e do coração do município de Lagoa da Prata, as consequências finais que pode trazer é a questão de contaminação dessa área, porque existe ainda a falta de consciência das pessoas de jogar lixo naquela área, a questão do assoreamento, que é o carreamento de terra oriundo nas enxurradas, que de repente cai naquela área e cada ano pode estar fazendo a questão do assoreamento dessa área, e a gente pode perder essa qualidade hídrica que são essas minas que se encontram ali no local. A preservação do entorno é importante para que lá na frente, daqui anos e anos, a gente possa ter realmente a área preservada e uma água de qualidade, para que a gente possa talvez de repente até no futuro precisar dessa água para abastecer (…) o lençol freático(…)”.
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