Diretores da Cooperativa e Sindicatos em manifestação no trevo de LP
Diretores da Cooperativa e Sindicatos em manifestação no trevo de LP

Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento em Lagoa da Prata

 

Não foram só as filas de veículos nos postos de combustíveis que refletiram na vida do cidadão lagopratense em decorrência da greve dos caminhoneiros nesta semana pelo Brasil.

Nos supermercados, por exemplo, os itens de consumo começaram a faltar nas prateleiras já a partir de quarta-feira. Nos dois maiores estabelecimentos da cidade, os hortifrutigranjeiros, por exemplo, já estavam sem reposição. Uma vez que os caminhões não chegavam ao Ceasa, já era possível dar falta por legumes e verduras. Tomate, batata, cebola, entre outros produtos, se esgotaram nas bancas antes do anoitecer.

No Supermercado do Joãozinho, no bairro Santa Alexandrina, a proprietária Juliana disse que já está faltando gás desde a quinta. “Já perdi algumas vendas hoje, não tem gás e também não está chegando verduras”, afirmou.

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Empresas também sofrem com a paralisação.

Funcionários do setor agrícola da Biosev disseram na noite de quarta que a colheita de cana-de-açúcar estava ameaçada pelo desabastecimento de diesel, mas a empresa conseguiu regularizar seu estoque, impedindo a paralisação das atividades. De acordo com a assessoria de comunicação do grupo, a moagem foi reduzida para não paralisar a logística, mas não foi possível precisar quanto tempo a empresa ainda tem autonomia de funcionamento.

Na Embaré, onde o consumo de díesel é estimado em torno de 5 mil litros/dia, o setor de transportes informou que os fornecedores que possuem insumos não conseguem entregar, pois estão parados. Dessa forma, tanto para distribuição quanto para entrada de insumos a empresa está enfrentando dificuldades.

Sem combustível

Tales: filas foram de oito da manhã às dez da noite
Tales: filas foram de oito da manhã às dez da noite

O gerente do posto do Vovô, Tales, disse que somente na quarta-feira, vendeu em torno de 25 mil litros de combustível, dos quais 09 mil foram de diesel. As filas duraram de oito horas da manhã até dez e meia da noite.

“Nunca vi tanto carro em Lagoa da Prata igual ontem. Acho que tem mais carro que gente, não tem condições”. Na quinta o posto já não tinha mais produtos para fornecer aos clientes.

No Posto Calp o álcool acabou na quarta à tarde. As filas se estenderam pela rua Bahia até o cruzamento com a rua Alexandre Mendes Maciel. Na manhã de quinta, ainda havia combustível no Posto São Francisco, com filas também dobrando a esquina.

Em Japaraíba, os dois postos funcionaram até cerca de onze da noite, na quarta.

Em todos os postos os clientes enfrentam filas enormes
Em todos os postos os clientes enfrentam filas enormes

 

Sindicatos apoiam manifestação parando o trânsito no trevo

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, junto com o Sindicato dos Trabalhadores do setor de Alimentação e a Cooperativa Agropecuária de Lagoa da Prata convocaram uma manifestação no trevo da cidade, na tarde desta quinta-feira.

Movimento no trevo de LP foi acompanhado pela PRF
Movimento no trevo de LP foi acompanhado pela PRF

O movimento começou às 14 horas e, segundo o presidente do Sindicato Rural, Carlos Henrique Lacerda, a passagem estava sendo liberada apenas para veículos em situação de emergência, tendo inclusive passado uma ambulância de Lagoa da Prata no período em que ocorreu a manifestação. Mais de duzentos veículos ficaram retidos no trevo, segundo ele.

“Uma manifestação que começou há meia hora, vamos por, entre caminhões, tratores e carros em torno de duzentos. Até o ônibus da Saritur ficou parado, nós explicamos pra eles que ia demorar cerca de uma hora o movimento e eles entenderam”, disse.

Carlão acredita que a proposta apresentada pelo governo não transmitiu confiança à categoria que está em greve.

“A proposta do governo é uma proposta que não existe, falar que vai reduzir os dez por cento por quinze dias.. e depois? Nós sabemos que tudo o que se faz nesse país hoje, o transporte é dos caminhoneiros, então nós temos que dar esse apoio pra eles. Nós vamos ser prejudicados, às vezes vamos perder nosso leite na fazenda mas a hora tem que ser essa”, continuou.

Outras instituições da região também estão engajadas no movimento, segundo ele.

“Esse movimento veio da cooperativa, do sindicato (rural) e o Lazinho (sindicato da alimentação) também está participando com a gente. Mas nós temos grupos de contato com outros sindicados da região e eles também estão fazendo manifestações. Alguns que são perto da rodovia estão fazendo junto com os caminhoneiros, a nossa aqui foi dos produtores e pedimos a população pra vir dar o apoio”, discorreu.

Sua opinião foi reforçada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores do setor de alimentação, Lázaro Guilhermino.

“Nós estamos aqui apoiando a greve dos caminhoneiros. Esses que são os guerreiros do asfalto, que levam a comida à mesa do pobre, do rico, sem distinção de cor, de raça e nós estamos aqui dando todo apoio a uma greve pacífica. Estamos aqui com muitos veículos e agradecemos o apoio da população lagopratense, contra esse aumento abusivo do combustível que o governo federal está colocando aos caminhoneiros e também refletindo na classe trabalhadora”.

Por volta de 16 horas os veículos se deslocaram para a cidade, onde fizeram uma carreata pelo centro.

Tratores fecham o cruzamento na Praça da Matriz
Tratores fecham o cruzamento na Praça da Matriz
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