Lalinho defende a preservação do parque, mas questiona os valores dos lotes da permuta

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“A lei federal, de 1964, estabelece que toda área de vereda tem que se preservada. Quando eu vim para Lagoa da Prata, com dez anos de idade, ali era um açude”, conta o arquiteto, urbanista e ambientalista Carlos Brasil Guadalupe, o Lalinho.” Quando fizeram a avenida José Bernardes Maciel, dentro do brejo, com uns trezentos metros de aterro, ficou fácil para jogar lixo dos lados. Jogaram ali no mínimo uns 50 mil metros cúbicos de lixo misturado com entulho, desde 1970 até noventa e poucos”, lembra. “Depois da rua pronta começaram a aterrar as laterais. Do lado do dr. Jeunnon não, porque ele não quis mas do outro lado os donos do terreno acharam ótimo, porque deu para fazer onze lotes”, comenta Lalinho.

Segundo ele, o loteamento foi aprovado no primeiro mandato do ex-prefeito Lucas Resende, o Lucão, em 1995 e permaneceu até 2013 sem intervenções.

“Em 2013, quando da conclusão da obra da ETE pela Codevasf, para ser feita a ETE tinha que ser feita toda a rede de esgoto da cidade, e só faltava aquele pedação, que ligava a rua Maranhão até a Rio Grande do Norte, passando pelas ruas Ceará e Piauí (na parte do fundo do parque, paralelamente à avenida José Bernardes Maciel). O esgoto era lançado no brejo e isso não podia. Com o dinheiro da Codevasf, com ajuda do prefeito e do Saae tiraram lixo (entulho) de onde não podia ficar e jogaram para fazer a rua (…)”, conta Lalinho. A rua em questão é a avenida perimetral que delimita o parque no lado sul.

Parque se estende até o Chico Silveira, diz ele

“Todo loteamento tem que dar uma área verde, se tiver uma app ela tem que ser doada para a Prefeitura. Ao redor do córrego Chico Messis, pelo menos trinta metros de cada lado tem que ser preservado. Então isso faz parte do parque, ele não é só o brejo, é linear, tem que seguir o córrego até chegar na Isabel de Castro”.

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Sobre a permuta, arquiteto diz que é favorável, desde que valores sejam justos.

“No ano passado o executivo quis trocar a área do parque em praças, que não foram construídas ainda na periferia da cidade. Pra isso era preciso desafetar as praças, o que não foi possível. Eu fui ferrenho contra isso, numa das minhas defesas eu era a favor de trocar a troco de lotes que a prefeitura tem, eu sugeri isso. Mas eu acho que tem que trocar no real valor, não é só a avaliação da Prefeitura, tem que ter uma avaliação feita pela câmara, várias avaliações para confrontar. Isso porque eu estou sabendo que tem lotes aí que a Prefeitura está querendo trocar, que só ele vale a área do Parque dos Buritis que estão querendo trocar. Minha opinião”, diz, ressaltando a diferença de áreas.

“Nessa troca a prefeitura está entrando com 35 mil metros quadrados de lotes urbanizados, com infraestrutura. E o outro lado (no caso o advogado Claudio Malta) está entrando com 31 mil metros quadrados de área alagada, que tem que ser preservada, não pode mexer. A intenção de preservar é muito importante porque se aquela área fosse construída seria um problema sério para a Prefeitura (…) e a ideia é preservar aquilo sim, agora, dar lotes caríssimos em troco? Eu acho que tem que ser reavaliado. Se fizer uma troca justa sou o primeiro a aprovar”, conclui.

 

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